Bicicleta sem estação é fácil de parar mas nem sempre está perto; leia teste

O sistema de empréstimo de bicicletas sem estação, previsto para chegar a São Paulo em julho, funciona em cidades da Europa há vários meses. O blog testou um deles, em Berlim, no fim do ano.

Neste modelo, chamado de “dockless”, as bikes ficam soltas pelas ruas. O usuário faz a liberação pelo celular, pedala e depois a deixa em outra área pública.

Na capital alemã, o primeiro desafio é escolher qual usar: há pelo menos quatro opções, que disputam usuários com promoções. Um cobra € 1 (cerca de R$ 4) a cada 30 minutos, por exemplo. Outro oferece 24 horas de uso livre por € 12 (R$ 48). Em dezembro, uma das marcas deu uma hora grátis por dia.

A ausência de pontos fixos facilita a concorrência, já que não é preciso negociar com a prefeitura a liberação de parte da rua para fincar uma estação. Outra facilidade é que, dependendo do serviço, uma mesma conta permite fazer empréstimos em várias cidades da Europa e da Ásia.

Bicicletas sem estação em Berlim (Rafael Balago/Folhapress)

O teste foi feito com o serviço oBike, que estreou em Berlim em setembro. O cadastro para usar o serviço é feito pelo celular. Em seguida, o aplicativo indica onde está a bike mais próxima e quanto tempo será preciso andar para ir até ela. No centro, a previsão era de um ou dois minutos. Já num bairro mais afastado, perto do Estádio Olímpico, a mais próxima estava a 15 minutos a pé.

Em seguida, o usuário escolhe a bicicleta que pretende emprestar e pode reservá-la, para que a caminhada não seja em vão. Chegando lá, hora de sacar o celular e escanear um QR code no quadro, para liberar a trava da roda e sair pedalando.

Ao fim da viagem, basta parar, fechar o cadeado e ir embora. O valor, cobrado por tempo de uso, é descontado do saldo de créditos.

Há alguns lugares onde a bike não pode ser estacionada, como o interior de parques. Estas áreas são marcadas em vermelho no mapa do aplicativo.

A maior vantagem deste sistema está na chegada: pode-se parar em frente ao lugar que você quer ir, em vez de ter de procurar o local mais próximo para fazer a devolução. Essa busca pode ser tão estressante quanto ir atrás de uma vaga para estacionar o carro: a estação pode ficar distante e, ao chegar lá, ela estar cheia.

Com tantas opções para pedalar na cidade, a oferta parecia estar superando a demanda. Um dia depois, o veículo que usei ainda estava parado no mesmo lugar e posição que o deixei.

Bicicleta da Yellow, sistema de empréstimo que chega a São Paulo em julho (Divulgação)

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