Cidades da Europa avançam nos planos para banir o diesel

Enquanto caminhoneiros do Brasil protestam contra a alta do preço do diesel, cidades da Europa aumentam o veto a veículos movidos por este combustível, com o objetivo de diminuir a poluição do ar.

O caso mais recente é de Hamburgo, na Alemanha. Na semana passada, a cidade começou a instalar placas que proíbem a circulação de automóveis com motores diesel mais antigos em duas vias da cidade. A multa para quem burlar a regra pode chegar a € 75 (R$ 323).

A medida foi tomada depois que a Comissão Europeia apontou que o nível de poluição em grandes cidades alemãs, incluindo Munique e Stuttgart, estava acima do permitido.

Outras cidades do continente anunciaram planos na mesma direção. Copenhague, na Dinamarca, pretende proibir a partir de 2019 a circulação de carros a diesel comprados de 2018 em diante. “Poluir o ar dos outros não é um direito humano”, disse o prefeito Frank Jensen, ao jornal Politiken.

Madri, na Espanha, planeja restringir o acesso dos carros a boa parte de sua área central até 2020. Paris, na França, quer banir todos os veículos poluentes até 2030 e reservar algumas ruas apenas para a circulação de automóveis elétricos.

Área de restrição de tráfego em Londres (Rafael Balago/Folhapress)

Em sua área central, Londres restringe veículos pesados com mais de 12 anos de licenciamento, entre outros. A fiscalização é feita por meio de radares. Entrar nesta zona dirigindo um modelo fora do padrão permitido gera uma taxa de até 200 libras (R$ 985) por dia. Em 2019, a capital inglesa planeja apertar as regras e barrar também modelos mais recentes, como caminhões com motor abaixo do padrão euro 5.

As restrições nas grandes cidades são o primeiro passo para que os países atinjam a meta de abandonar combustíveis fósseis nas próximas décadas. Assim, há testes também nas estradas. Nos EUA, a Tesla lançou o protótipo de um caminhão elétrico no ano passado. Na Suécia, um trecho de 2 km de estrada recebeu em abril um trilho capaz de enviar energia a carros e caminhões que se enganchem nele. A tecnologia é similar à dos trens do metrô. O país quer se livrar dos combustíveis fósseis até 2030.

Se todos estes planos derem certo, daqui a algumas décadas as greves por causa do preço do diesel poderão dar lugar a protestos pela alta do custo da energia elétrica. Isso se os caminhões que rodam sem motorista não dominarem o mercado até lá.

Caminhão elétrico da Tesla (Alexandria Sage/Reuters)