San Francisco veta empresas de patinetes que lançaram serviço sem autorização

A prefeitura de San Francisco, na Califórnia, deu autorização para duas empresas oferecerem aluguel de patinetes elétricos na cidade. No entanto, a lista divulgada na quinta-feira (30) deixou de fora as empresas que foram pioneiras no serviço por lá, numa provável retaliação por elas terem começado a operar sem pedir permissão.

As start-ups Bird, Lime e Spin espalharam cerca de 600 patinetes em San Francisco em março, sem avisar ninguém. Foi uma tentativa de repetir o modelo usado pela Uber: começar de surpresa, buscar atrair muitos usuários para depois tentar negociar as regras e buscar condições mais favoráveis.

Em junho, a prefeitura mandou recolher todos os patinetes e chamou as empresas para apresentar propostas e negociar. Foram exigidos planos para manter as calçadas livres e aumentar a segurança dos usuários, entre outras demandas.

Patinete da Skip (Divulgação)

Doze interessados se apresentaram, incluindo Uber e Lyft, mas apenas dois foram escolhidas: Skip, que oferece patinetes em cidades como Washington e Portland, e Scoot, que atua em Barcelona.

Cada empresa poderá operar 625 patinetes em San Francisco, por um período de testes com duração inicial de seis meses, que deve começar em outubro.

As duas escolhidas tiveram postura mais amigável com os governos e sempre negociaram antes de iniciar operações. No entanto, receberam menos investimentos do que outras concorrentes. A Skip, por exemplo, criada em fevereiro deste ano, recebeu US$ 31 milhões. A Bird, aberta em 2017,  captou ao todo US$ 400 milhões.

Decisões como a de San Francisco mostram que as cidades seguem endurecendo sua postura frente às empresas de tecnologia, numa tentativa de equilibrar o mercado e de evitar problemas como o excesso de patinetes abandonados nas ruas e de motoristas disputando passageiros. Em agosto, Nova York decidiu limitar o número de carros chamados por aplicativo.

Em São Paulo, a chegada do serviço de empréstimo de bicicletas sem estação, em julho, ocorreu após aprovação da prefeitura. A cidade credenciou até agora nove empresas para operar carros particulares chamados por aplicativos (como Cabify, Uber e 99) e cinco serviços de bicicletas compartilhadas. O empréstimo de patinetes já está em testes na cidade.