Patinetes elétricas foram destaque de 2018 na mobilidade urbana
Em 2018, as ruas de diversas cidades do mundo ganharam um novo veículo: patinetes elétricas. Na maioria dos casos, elas podem ser liberados via aplicativo de celular, usadas por alguns minutos e depois estacionadas em qualquer lugar. No entanto, ainda há muitas dúvidas sobre onde e como elas devem circular.
Estes veículos lembram um brinquedo, servem para vencer distâncias curtas e médias sem esforço e começaram a ser espalhados em municípios da Califórnia ainda em 2017. Neste ano, chegaram com força a dezenas de cidades americanas e a capitais da Europa, e de forma ainda tímida em São Paulo e no Rio.
Na maior cidade brasileira, porém, as patinetes para empréstimo seguem restritas aos arredores da avenida Brigadeiro Faria Lima, um dos centros financeiros da cidade.
Empresas que as fornecem, como Spin e Lime, levantaram milhões de dólares em investimentos, na expectativa de que seja criado um grande mercado, a exemplo do que ocorreu com os aplicativos para chamar táxi.
As startups tentaram repetir a estratégia usada pela Uber de lançar o serviço primeiro e discutir as regras com o governo depois. O plano, no entanto, não deu muito certo: cidades como San Francisco ordenaram a retirada das patinetes enquanto debatiam as regras do serviço.
Em Madri, três empresas foram expulsas da cidade em dezembro, por não cumprirem as regras pedidas pela prefeitura. Também foi estabelecida uma cota máxima de patinetes por bairro e proibida a circulação em calçadas.
Ao fazer suas regras, as cidades precisam definir vários pontos, como a velocidade permitida, a quantidade máxima de veículos por região e em qual parte da via pública eles poderão rodar. Na rua, os patinadores podem ser atingidos por carros. Na calçada, há chance de gerar risco para pedestres.
Em dezembro, uma senhora de 90 anos morreu atropelada por um usuário de patinete em Barcelona. A cidade da Catalunha emitiu mais de 3.000 multas a patinadores em 2018, por razões como falar ao celular ao conduzir ou exceder os limites de velocidade. Um lembrete de que novas tecnologias não são imunes a velhos problemas.
Outros destaques da mobilidade em 2018:
Avançaram os testes com ônibus autônomos e com robô-táxis, apesar de um carro autônomo ter atropelado e matado uma pessoa nos EUA.
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Greves e protestos relacionadas ao preço dos combustíveis paralisaram o Brasil, em maio, e a França, em dezembro. Nos dois casos, o governo cedeu às reivindicações.
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Em Londres, começou a circular um ônibus que só atende a pontos onde há passageiros. A linha possui rota maleável, modificada automaticamente de acordo com a demanda.
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No mundo dos aplicativos de transporte, a 99 foi comprada pela chinesa Didi e se tornou a primeira start-up brasileira a valer mais de US$ 1 bilhão.
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Em julho, chegaram a São Paulo as bicicletas de empréstimo sem estação. Seis meses depois, elas seguem restritas a uma pequena parte da cidade.
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A expansão do metrô paulistano seguiu o calendário eleitoral e, 16 anos depois de suas primeiras estações serem abertas, a linha 5-lilás finalmente se conectou à rede metroviária.