Sensação de segurança na rua à noite é menor na Itália do que no Brasil, diz pesquisa
Andar na rua à noite com tranquilidade é um dos fatores que mais geram sensação de segurança. O Pew Research Center perguntou a moradores de 27 países se eles consideravam que, em suas nações, “a maioria das pessoas vive em áreas onde é perigoso andar à noite”.
No Brasil, 35% disseram que sim e 64% discordaram da frase.
Na Argentina, 58% afirmaram que a maioria das pessoas do país mora em ruas perigosas, um dos índices mais altos encontrados pela pesquisa. Foi o mesmo da Nigéria e próximo de países como Itália (54%), África do Sul (62%) e Grécia (66%).
A sensação de que as vias são seguras é mais forte em países como Suécia, Espanha, França, Japão e México, onde menos de 30% consideram a maior parte das vias perigosas.
O levantamento ouviu cerca de 30 mil pessoas, em 27 países, entre maio e agosto de 2018, e foi divulgado na segunda (29).
Segundo a pesquisa, brasileiros de maior renda e de maior escolaridade tendem a achar as ruas mais perigosas do que as pessoas mais pobres e com menos anos de estudo.
Na Índia, acontece o contrário: os mais pobres tendem a achar que há mais perigo nas ruas do que os ricos.
As mulheres também se sentem mais inseguras. 40% das brasileiras entrevistadas deram opiniões negativas sobre a segurança nas ruas. Entre os homens do país, esse percentual foi de 30%.
Aumentar a sensação de tranquilidade nas ruas à noite envolve vários fatores. O principal deles é ter movimento: mais gente circulando a pé ajuda a dar a impressão de que não há risco naquela via.
Para que as pessoas andem pelas vias públicas, é preciso que haja pontos de interesse por perto, como escritórios, comércios, escolas, igrejas e pontos de lazer, capazes de gerar movimento em vários horários do dia. Calçadas em boas condições e uma iluminação adequada também estimulam as caminhadas noturnas.
Já muros altos, como é comum em condomínios, ajudam a fabricar ruas por onde ninguém quer passar.