Bikes e patinetes de empréstimo somam milhões de km rodados na América Latina
Usuários do Bike Sampa, um dos serviços de empréstimo de bicicletas de São Paulo, percorreram mais de 4 milhões de quilômetros nos primeiros seis meses de 2019.
O número, que equivale a 104 voltas ao redor da Terra, impressiona, mas é próximo do que todos os ônibus municipais de São Paulo rodam em apenas um dia (3 milhões de km, em média, segundo a SPTrans).
O setor de micromobilidade costuma revelar poucos números de sua operação, como parte da estratégia para buscar investimentos. Com isso, é difícil estimar com precisão o uso desses serviços, bem como fazer comparações.
A Tembici, que opera o Bike Sampa, revelou ao blog que o uso das bicicletas é maior nos horários de pico do trânsito (7h-10h e 17h-20h), e que a estação de maior procura é a do largo da Batata, perto da avenida Brigadeiro Faria Lima. As bikes são uma boa opção para escapar do trânsito de carros e ônibus para chegar à Vila Olímpia.
A Tembici atua em 15 cidades do Brasil, Argentina e Chile e tem cerca de 15.000 bicicletas em operação, que fazem em torno de 1 milhão de viagens por mês.
A Grow, que reúne as marcas Yellow e Grin, acumulou 14,4 milhões de km percorridos com suas bicicletas e patinetes nos últimos doze meses, na soma das 23 cidades onde atua. A empresa não informa os dados por cidade, e está presente no Brasil, México, Colômbia, Chile, Peru, Argentina e Uruguai.
A empresa também disse ter completado 10 milhões de corridas e atingido seis milhões de usuários cadastrados em menos de um ano de operação.
Os números mostram que há demanda por viagens de bicicleta e patinetes nas grandes cidades. Interesse que ainda não é totalmente atendido, pois os empréstimos estão disponíveis apenas em parte dos bairros.
Os dados também mostram que abrir espaço para outros meios de transporte ajuda a movimentar a economia e a gerar empregos. A Grow soma 2.300 funcionários. A Tembici, 700.
No Brasil, o mercado de patinetes enfrenta questionamentos e aguarda os efeitos das normas que estão sendo criadas pelas prefeituras. Em São Paulo, mais de mil veículos foram apreendidos no fim de maio pela prefeitura.
As empresas também aguardam a chegada de concorrentes. Nesta semana, a Lime, dos EUA, passou a operar em São Paulo, e outras marcas estão em processo de negociação para também disputar este mercado.