John Heinkel trabalha guinchando carros em San Diego, na Califórnia. Com a onda de patinetes elétricas que chegou na cidade a partir de 2018, ele viu uma oportunidade de negócio e passou a usar seu caminhão para remover das ruas esses pequenos veículos.

Junto com Dan Borelli, dono de uma bicicletaria, ele criou a empresa Scoot Scoop (algo como “retirar patinetes”, em tradução livre), que se dispõe a ir buscar patinetes que estejam atrapalhando a circulação, sem custo para quem fez o pedido.

A empresa orienta os donos dos imóveis onde os patinetes foram abandonados a assinar um termo, dizendo que os itens foram deixados em uma área privada sem autorização, e que eles autorizaram a Scoot Scoop a removê-los.

As patinetes são levadas para um depósito, para depois serem retiradas pelas companhias que são donas dos veículos, desde que paguem uma taxa, de US$ 30 (R$ 113) por unidade, mais US$ 2 (R$ 7,57)  de diária.

Os aplicativos não gostaram da ideia e estão processando a Scoot Scoop. Bird e Lime pedem que a Justiça impeça a remoção de suas patinetes. O caso aguarda julgamento.

De julho a novembro de 2018, a dupla recolheu 1.800 modelos da Bird. A empresa pagou US$ 40 mil para reaver seus veículos, segundo o site The Verge. Mas, depois disso, se recusou a fazer novos pagamentos.

A situação atraiu também um terceiro grupo: carregadores free-lancers, que ganham dinheiro para reabastecer a bateria das patinetes durante a noite, tentaram invadir os pátios da Scoot Scoop e levar os veículos embora. Os terrenos são protegidos por cachorros, câmeras e arame farpado.

Heinkel e Borelli querem levar a ideia para outras cidades e oferecer serviços extras, como ajudar clientes a pleitear que suas propriedades sejam marcadas nos apps como áreas de estacionamento proibido, como ocorre com parques, por exemplo.

A dupla criou uma vaquinha virtual, pedindo US$ 100 mil (R$ 378 mil) para ampliar suas operações e se defender dos processos na Justiça. No entanto, em cinco meses, arrecadou apenas US$ 900 (R$ 3.400).