Uber e 99 faturam quase o mesmo que o sistema de ônibus em S. José dos Campos
O faturamento de aplicativos de transporte sob demanda, como Uber e 99, já é quase o mesmo das empresas de ônibus municipais de São José dos Campos (SP), segundo o prefeito Felício Ramuth (PSDB).
Os apps Uber e 99, únicos que operam na cidade, faturam juntos cerca de R$ 14 milhões por mês. Os ônibus urbanos, cuja frota tem 390 veículos, arrecadam mensalmente R$ 15 milhões em tarifas.
“A tendência é que os aplicativos ultrapassem o total faturado pelas empresas de transporte público coletivo até o fim do ano”, estima Ramuth.
Na cidade, de 713 mil moradores, aumenta o uso dos apps, enquanto diminui a procura pelo transporte público. Desde meados de 2017, o uso dos aplicativo aumentou quatro vezes. Neste mesmo período, os ônibus perderam entre 12% e 15% das viagens.
Segundo o prefeito, a maior parte dos clientes de aplicativos não usava antes os ônibus nem os táxis. Uma parcela deles trocou a rede pública por carros sob demanda, mas outros fatores pesaram mais para a perda de passageiros, como as altas na tarifa e o desemprego. Na cidade, 60% das viagens de ônibus são pagas com vale transporte.
São José cobra uma taxa de 1% sobre as corridas de aplicativos. As empresas de transporte público são isentas de impostos municipais.
“O dinheiro arrecadado dos aplicativos vai para um fundo voltado para a mobilidade, mas é insuficiente para compensar os gastos do sistema de ônibus”, diz Ramuth.
A prefeitura não dá subsídio aos ônibus, como ocorre em cidades com São Paulo: todo o custo é coberto pela arrecadação de tarifas.
Para tentar atrair mais passageiros, a prefeitura planeja a criação de um corredor de ônibus. E também irá modelar as regras da nova licitação do transporte público para abrir espaço a inovações, como o transporte por vans chamado por aplicativo. Os novos contratos devem entrar em vigor em 2021.