Zazcar permite alugar carro com poucos toques, mas planos confundem; leia teste

[Atualização: o Zazcar deixou de funcionar no final de 2019, alguns meses após a publicação deste texto. O Turbi, outra opção de aluguel de carros por app em São Paulo, segue operando].

Com alguns toques no celular, é possível obter um carro e sair dirigindo sem falar com ninguém. Foi o que o blog fez: testou o aplicativo Zazcar.

O app tem várias vantagens em relação à locação tradicional: há mais endereços para fazer a retirada, é possível pagar por hora e o custo dos modelos com câmbio automáticos é próximo ao dos mecânicos. 

O CADASTRO

Fazer o registro no app levou em torno de cinco minutos. Além de incluir dados pessoais, é preciso tirar selfies, que exigem boa luz e enquadramento (colocar o rosto exatamente dentro de uma marca oval), mandar uma foto da CNH e assinar na tela, com o dedo. A aprovação veio 40 minutos depois do envio dos dados. 

Em seguida, abre-se o mapa com os locais onde há carros. A grande maioria deles, por ora, fica no centro expandido de São Paulo, com a exceção de um ponto em Osasco, outro em São Caetano do Sul e alguns na zona norte, na região de Santana e Tucuruvi. Assim, ele funciona bem para quem mora ou trabalha nestas regiões. As periferias, como quase sempre que surge um serviço novo, ainda esperam a sua vez.

Um dos pontos negativos é que é preciso pegar e devolver no mesmo lugar. Assim, se a ideia é usar o carro para ir pra casa, será preciso pensar a que horas ele será trazido de volta, por exemplo. 

O preço já inclui taxas e seguro, sem surpresas na hora de pagar. Há o pacote livre (a partir de R$ 10 por hora), de 12, 24, 48 horas ou de mais dias. No preço inicial, o combo de 12 horas saia pelo equivalente a 7 horas avulsas. 

No entanto, é preciso decidir o tempo de uso antes: se você pegar o de 12 horas e ficar com o carro apenas oito, pagará por 12 horas do mesmo jeito. E se fizer mais de 12 horas, pode gastar mais do que se tivesse reservado 24. 

Há também uma taxa por km rodado (R$ 0,45 a R$ 0,90) e outra por hora extra (R$ 5 a R$ 10), que variam de acordo com o plano. Com isso, é preciso fazer várias contas antes de emprestar, o que pode gerar alguma confusão.

Outra questão é que não é possível reservar com antecedência. E como há poucas unidades por local (às vezes dois), há risco de chegar na hora do empréstimo e ficar na mão, porque outra pessoa já o levou.

Não é preciso se preocupar em pagar o combustível: o carro vem com um cartão para ser usado nos postos.

Carro alugado pela Zazcar, no estacionamento onde foi retirado (Rafael Balago/Folhapress)

O EMPRÉSTIMO

Pelo app, é fácil ver quais veículos disponíveis estão por perto. Feita a escolha de carro e de pacote, é preciso tirar uma selfie. Rosto reconhecido, empréstimo confirmado. O sistema dá 30 minutos grátis para o motorista chegar até o carro.

O veículo estava em um estacionamento aberto. Chegando perto do carro, basta um toque no app para abrir as portas. A chave está no porta-luvas. Em segundos, já se pode sair dirigindo.

O modelo usado no teste, um Voyage 2019 automático, estava muito limpo por dentro, mas sujo por fora, provável culpa da chuva da noite anterior. O painel indicava apenas 1.800 km rodados.

Também no porta-luvas, há um cartão para pagar pelo reabastecimento. Ao tocar nele, surge um alerta no celular, que informa uma senha. Um lembrete de que tudo está sendo monitorado.

Durante o empréstimo, o app exibe o tempo de empréstimo , mas não quanto foi rodado. É preciso anotar por conta própria. 

Não há a necessidade de devolver o veículo com tanque cheio, exigência das locadoras que sempre gera uma tarefa a mais no fim da viagem. Mas é preciso que o marcador esteja acima da marca de 1/4 da capacidade.

Carro estava um pouco sujo por fora (Rafael Balago/Folhapress)

Ao final, basta estacionar no mesmo lugar onde a viagem começou, desligar o motor e colocar a chave no porta-luvas. Com isso, chega um alerta no celular para encerrar o empréstimo. Ao sair e fechar a porta, basta dar um toque no app para travar o carro.

Sete minutos depois, veio a fatura por e-mail. Um empréstimo de 15 horas e 12 minutos, com 31 km rodados, custou R$ 114,30. A cobrança de hora extra é proporcional, de acordo com os minutos excedidos.

Fazer o cálculo de qual locação vale mais a pena depende muito do tempo de uso, eventuais promoções, distância do local de empréstimo etc. Mas a praticidade de liberar os carros pelo celular, de poder fracionar o tempo e de ter muitos veículos espalhados pela cidade coloca esse novo modelo muitos quilômetros à frente das locadoras convencionais. 

Em países da Europa, há serviços de empréstimo de carros que ficam parados nas ruas e depois podem ser deixados em qualquer ponto. A devolução no mesmo local facilita muito a operação do negócio, e ajuda a baixar preços. Pode funcionar bem à medida que houver muitos locais de empréstimo em toda a cidade.

O custo mais baixo, que se aproxima de uma viagem em apps como o Uber, também pode levar o serviço a ganhar mercado. Um dos desafios será manter a qualidade e a limpeza dos carros, ameaçados pelo uso severo e pelo possível mau comportamento dos próprios usuários. 

Vantagens

  • Cadastro e liberação rápidos
  • Possibilidade de alugar por hora
  • Preços mais baixos do que em locadoras
  • Variedade de locais de empréstimo
  • Combustível e seguro inclusos no preço
  • Carros automáticos por preços próximos ao de veículos manuais

Desvantagens

  • Ainda atende poucos bairros
  • É preciso retirar e devolver no mesmo local
  • Não permite reserva antecipada
  • Preços variam muito entre os pacotes, o que confunde na hora de escolher