Cartão de crédito nos ônibus deve ser adotado em todas as linhas de São Paulo em 2020

Após um teste de três meses, o pagamento da passagem de ônibus com cartões de débito e de crédito deverá ser levado a todas as linhas de ônibus da cidade de São Paulo no ano que vem, estimam as operadoras de cartões. A experiência inicial foi considerada muito positiva. 

O plano foi revelado inicialmente pelo site Exame, que ouviu a Mastercard. O blog confirmou as informações com a Visa. As duas empresas são parceiras da prefeitura na instalação dessa nova tecnologia.

O teste inicial é feito em 12 linhas da cidade desde setembro. A que teve maior uso da novidade foi a 715M (Jd. Maria Luiza – Largo da Pólvora), seguida pela 5129 (Jd. Míriam – Term.Guarapiranga) e 917M (Morro Grande – Ana Rosa). 

A 715M e a 917M passam pela avenida Paulista, onde há grande presença de turistas, um dos públicos que a mudança busca atrair. Já a 5129 circula entre dois bairros da zona sul da cidade.

O novo sistema permite adaptar os equipamentos existentes nos ônibus para aceitar o pagamento tanto com cartões bancários quanto com o Bilhete Único, sem que seja preciso instalar um validador novo. 

Além de cartões, também é possível fazer o pagamento com celulares, relógios e pulseiras digitais conectados a serviços como Apple Pay e Google Pay.

No teste, que segue em andamento, o pagamento com cartões bancários não dá direito à integração gratuita (fazer até quatro viagens pelo preço de uma tarifa), nem obter descontos ao usar ônibus e metrô em sequência, como permite o Bilhete Único. No entanto, a tecnologia permite usar os cartões bancários também dessa maneira. 

“É possível incluir gratuidades para idosos, descontos para estudantes. Outra possibilidade é fazer a cobrança das viagens ao final do dia ou de dado período e aplicar descontos de acordo com o total de viagens feitas”, explica Percival Jatobá, vice-presidente de Soluções e Inovação da Visa no Brasil.

Esse modelo é usado em Londres: a quantidade de viagens feitas é adaptada ao pacote mais vantajoso ao usuário. Por exemplo: se o passageiro gastou mais em pagamentos unitários do que teria gasto ao adquirir um passe livre semanal, o sistema refaz a conta e cobra o usuário como se ele tivesse comprado um vale semanal. 

A adoção do pagamento no transporte via cartões contactless (por aproximação) é parte de uma estratégia das operadoras de cartão para ampliar o uso dessa tecnologia no país.