Turbi planeja levar aluguel de carros automáticos a mais cidades brasileiras

A Turbi pretende ampliar sua operação nos próximos meses e chegar a 5.000 carros nas ruas até o fim do ano. Atualmente, a frota é de cerca de 700, apenas na cidade de São Paulo e arredores.

A empresa oferece aluguel de carros automáticos, e cobra por hora ou por dia. Os veículos ficam espalhados em vários pontos –como estacionamentos e shoppings– pela cidade. O cadastro e a liberação do automóvel são feitos pelo aplicativo, sem que seja preciso falar com ninguém.

“O plano é estar em mais duas ou três capitais além de São Paulo, e também em algumas cidades do interior do Estado”, diz Luiz Bonini, CGO (diretor de expansão) e sócio da empresa, em entrevista ao blog.

“Há também espaço para crescer em São Paulo. Moscou, por exemplo, tem 20 mil carros compartilhados”, compara.

“Refreamos os planos por causa da pandemia. Chegamos a perder 40% do volume de viagens. Foi expressivo, mas moderado perto de outros serviços de transporte, como locadoras, que tiveram 90% de queda”, prossegue Bonini.

No período, a Turbi ofereceu viagens grátis a profissionais de saúde. Foram feitos 10 mil usos nessa promoção.

A empresa notou também que os empréstimos passaram a ser mais curtos. Uma pesquisa com usuários mostrou uma grande procura do serviço para ir ao supermercado, por exemplo.

“Estamos na fase de investimento, não ainda de rentabilizar. Tem meses que temos prejuízo, tem meses que temos lucro”, diz.

No preço padrão, o cliente paga a partir de R$ 10 por hora, mais R$ 0,50 por quilômetro rodado. Pode-se fazer viagens com tempo livre ou pegar um pacote, que dá desconto: 12 horas saem a partir de R$ 60, dependendo do dia da semana. Não há taxas extras e o seguro está incluído no valor.

“A nossa sacada é que se cobrar R$ 240 por dia, parece caro. Mas se cobro R$ 30 por três horas, o que é o valor proporcional a R$ 240 por dia, fica interessante para o usuário”, compara.

Bonini conta que a Turbi não é a dona dos veículos, mas os aluga de outra empresa, em contratos que preveem a troca dos carros a cada dois anos. Há modelos variados, como Ka, HB20, Ônix e ASX

A definição de onde serão os pontos de empréstimo e de quais modelos haverá em cada um é feita com base em algoritmos que avaliam o interesse dos clientes, como as visualizações no app antes de fechar a locação.

Os veículos possuem um equipamento de monitoramento. Além do nível de combustível, há um registro do uso feito pelos motoristas, como se ele acelera mais do que deveria.

“No futuro, poderiamos usar esse sistema para deixar o carro pronto para cada cliente antes de ele chegar, como ter ar-condicionado a 22 graus”, projeta.

O blog publicou um teste detalhado do serviço no ano passado. A Turbi é uma boa opção para quem usa o carro poucas vezes por mês, especialmente se houver um ponto de empréstimo perto de casa. O mapa com os locais pode ser acessado no aplicativo.

O modelo de veículos compartilhados é visto por algumas cidades, especialmente da Europa, como forma de melhorar a vida urbana: sem ter um carro próprio, há mais possibilidade de que as pessoas alternem entre os diversos meios de transporte disponíveis, em vez de usar o carro em todos os deslocamentos.

No entanto, o modelo avança de modo devagar. Ano passado, a Zazcar, que operava de modo similar ao Turbi em São Paulo, passou a atender apenas empresas.


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