E se, em vez de asfalto, prefeitos comprassem contêineres para lixo antes da eleição?
Perto das eleições municipais, é comum ver ruas com asfalto novinho. Os buracos somem, mas outro problema segue: lixo espalhado ao ar livre.
Muitos bairros têm os chamados pontos viciados, locais onde as pessoas descartam madeiras, entulhos variados e o lixo do dia a dia, como parte da rotina.
Mesmo com multas elevadas e a criação de ecopontos, a situação persiste. Ela poderia ser amenizada com uma saída relativamente simples: o uso de contêineres.
Essas estruturas ocupam espaço nas ruas, mas podem ser estacionadas nas vagas para carros. Onde as vias são muito estreitas ou há grande demanda de lixo, pode-se colocar modelos enterrados e aproveitar para reformar o lugar, criando uma mini praça.
A instalação deles precisa ser acompanhada por um trabalho de conscientização da população do entorno, para que não joguem lixo em volta do contêiner quando ele lotar, por exemplo.
A implantação tem custo, mas pode gerar economia a longo prazo, com a redução do tempo de coleta: o caminhão precisa fazer menos paradas no caminho, na comparação com o recolhimento porta a porta.
A ideia, já usada em cidades como Brasília e em algumas partes de São Paulo, pode ser a saída para terminar com um jogo de cena: todos sabem que não se pode jogar o lixo dessa forma, mas o fazem porque a prefeitura, cedo ou tarde, leva tudo embora.
Até isso ocorrer, os restos se esparramam pela calçada, bloqueiam a passagem e geram mau cheiro. Prefeitos que escolhem investir no asfalto pela questão estética poderiam lembrar que uma cidade sem lixo exposto também fica mais bonita.
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