iFood começa a alugar bicicletas elétricas para entregadores em SP
O iFood e a Tembici lançaram nesta semana um programa piloto de aluguel de bicicletas elétricas para os entregadores.
Um ponto de apoio foi montado em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, e as bikes poderão ser emprestadas e devolvidas lá. Para usá-las, os trabalhadores precisarão pagar um plano de R$ 9,90 por semana.
Além disso, serão cobrados mais R$ 2 a cada dia que usarem as e-bikes. O valor dará direito a dois períodos de até quatro horas seguidas de uso por dia.
O pacote semanal também dá direito a usar as bicicletas comuns da rede do Bike Sampa, sem custo extra, também por dois períodos de até quatro horas cada.
“Pensamos nesse tempo por conta do expediente dos entregadores: oito horas, divididas em dois turnos, com um tempo para descanso entre eles”, conta Maurício Villar, diretor de operações (COO) da Tembici.
“E também pensamos na autonomia da bateria, que dura em torno de 60 km, distância que um entregador costuma percorrer em torno de quatro horas de trabalho”, completa.
O motor da bike ajuda a subir ladeiras e a rodar mais rápido, mas não funciona sozinho: o apoio só entra caso o ciclista pedale. A ajuda é suspensa quando a velocidade passa de 25 km/h.
Os participantes também terão acesso a um curso online que abrange temas como cuidados no trânsito, prevenção do coronavírus e comunicação com o cliente. E ganharão brindes, como capacete e jaqueta corta-vento.
O projeto prevê ter 500 bicicletas elétricas disponíveis até dezembro. Os modelos tem GPS, e podem ser bloqueados à distância em caso de roubo.
Os entregadores interessados em usar as e-bikes podem se inscrever por meio da opção “iFood Pedal”, no app usado para fazer entregas. As vagas serão preenchidas por ordem de inscrição.
“Se houver uma alta procura e tudo der certo, podemos ampliar facilmente a quantidade de bicicletas elétricas disponíveis. O modelo que montamos tem números que também fazem sentido para o iFood”, diz Roberto Gandolfo, vice-presidente de Logística da empresa de entregas.
O iFood tem cerca de 7.000 entregadores cadastrados que trabalham com bicicletas em São Paulo.
A empresa espera que o motor elétrico ajude os trabalhadores a fazerem mais entregas em menos tempo, de modo a aumentar seus ganhos. A novidade também abre a possibilidade de que eles façam trajetos mais distantes, mas isso ainda será testado. Por ora, segue o limite igual ao das bikes simples: no máximo 4,5 km por viagem, incluindo o deslocamento até o restaurante e de lá até o cliente.
“Em uma conta conservadora, o entregador pagaria R$ 20 por semana, somando tudo, e poderia ganhar cerca de R$ 360 em cinco dias de trabalho, em jornadas de quatro horas, fazendo duas entregas por hora”, estima Gandolfo.
O iFood tem feito testes com veículos de entrega variados, incluindo drones e patinetes. “Cada um serve para uma ocasião. Patinetes são bons para trajetos curtos e retos, como na região da Paulista”, comenta.
O programa iFood Pedal foi criado em parceria entre iFood, Tembici e o instituto Aromeiazero, que promove o uso da bicicleta e preparou o material para o curso. Houve conversas com entregadores para entender as necessidades deles, segundo as empresas.
“Notamos que muitos entregadores usavam as bicicletas de empréstimo para trabalhar, e buscamos uma maneira de oferecer melhores condições a eles”, diz Villar.
A Tembici anunciou na semana passada que passou a oferecer bicicletas elétricas no serviço de empréstimo Bike Rio. É a primeira iniciativa do tipo no Brasil.
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