Visa quer unir dados de pagamentos em ônibus, pedágios e estacionamentos
A Visa tem um plano para atuar no setor de transportes, com dois lados: quer que os cartões bancários sejam usados para pagar diretamente por serviços como ônibus, metrô, pedágios e estacionamentos. E, ao mesmo tempo, busca reunir dados de como as pessoas usam esses diferentes meios.
“Com a mesma forma de pagamento em diferentes modais, pode-se oferecer benefícios, como descontos, a quem usa mais de um deles. E a disponibilização de dados detalhados das viagens ajuda os operadores a entender melhor sua demanda”, diz Marcelo Sarralha, diretor-executivo de Soluções da Visa do Brasil.
Segundo Sarralha, os dados são captados e armazenados de modo anônimo, para proteger a privacidade dos passageiros.
A empresa de pagamentos tem feito várias iniciativas nos transportes nos últimos anos, e seguiu avançando em meio à pandemia. Em agosto, incluiu o pagamento por cartões bancários em uma linha de barcas, que liga o Rio de Janeiro a Niterói.
A Visa criou um sistema que permite adaptar os atuais validadores nas catracas para aceitar novos meios de pagamento, sem que os equipamentos precisem ser trocados.
Também no Rio, em outubro, o sistema para cartões bancários chegou aos ônibus do chamado Metrô de Superfície, que levam até as estações.
“Foi um marco para nós, porque ali tem a questão dos descontos. Se o passageiro pega o ônibus e depois o metrô, ele tem um desconto, que pode ser aplicado também ao usar o cartão contactless”, diz Sarralha.
Em São Paulo, a empresa iniciou um piloto no ano passado para aceitar cartões em 200 ônibus da cidade. “Estamos trabalhando com a SPTrans para preparar uma expansão massiva”, comenta o diretor, sem citar datas.
Outros planos são criar equipamentos específicos para o pagamento contactless em pedágios, que sejam mais resistentes à poeira e à temperatura das estradas, e também ampliar o uso em estacionamentos.
Assim, ao ir ao shopping, não seria preciso de um tíquete: o próprio cartão bancário pode ser usado para marcar as horas de entrada e saída e, em seguida, fazer o pagamento.
“O sistema não registra o número do cartão, mas atribui um número aleatório a ele quando o usuário o encosta pela primeira vez. Na saída, ao encostar o cartão de novo, são feitos o cálculo do tempo de permanência e a cobrança”, explica Sarralha.
Além de cartões contactless, smartphones com tecnologias como a NFC podem ser usados para pagar pelas viagens. Segundo a Visa, o uso de pagamento por aproximação no Brasil, no comércio em geral, cresceu 40% entre janeiro e junho deste ano.