Avenidas https://avenidas.blogfolha.uol.com.br Ideias para melhorar a vida nas cidades Tue, 14 Dec 2021 17:44:03 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 E se, em vez de asfalto, prefeitos comprassem contêineres para lixo antes da eleição? https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2020/08/21/e-se-em-vez-de-asfalto-prefeitos-comprassem-conteineres-para-lixo-antes-da-eleicao/ https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2020/08/21/e-se-em-vez-de-asfalto-prefeitos-comprassem-conteineres-para-lixo-antes-da-eleicao/#respond Fri, 21 Aug 2020 15:50:25 +0000 https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/files/2020/07/IMG_0259-320x213.jpg https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/?p=1853 Perto das eleições municipais, é comum ver ruas com asfalto novinho. Os buracos somem, mas outro problema segue: lixo espalhado ao ar livre.

Muitos bairros têm os chamados pontos viciados, locais onde as pessoas descartam madeiras, entulhos variados e o lixo do dia a dia, como parte da rotina.

Mesmo com multas elevadas e a criação de ecopontos, a situação persiste. Ela poderia ser amenizada com uma saída relativamente simples: o uso de contêineres.

Essas estruturas ocupam espaço nas ruas, mas podem ser estacionadas nas vagas para carros. Onde as vias são muito estreitas ou há grande demanda de lixo, pode-se colocar modelos enterrados e aproveitar para reformar o lugar, criando uma mini praça.

Contêineres para coleta de lixo em Pirituba, zona norte de São Paulo, a cerca de 2 km do local da foto do início do post (Rafael Balago/Folhapress)

A instalação deles precisa ser acompanhada por um trabalho de conscientização da população do entorno, para que não joguem lixo em volta do contêiner quando ele lotar, por exemplo.

A implantação tem custo, mas pode gerar economia a longo prazo, com a redução do tempo de coleta: o caminhão precisa fazer menos paradas no caminho, na comparação com o recolhimento porta a porta.

A ideia, já usada em cidades como Brasília e em algumas partes de São Paulo, pode ser a saída para terminar com um jogo de cena: todos sabem que não se pode jogar o lixo dessa forma, mas o fazem porque a prefeitura, cedo ou tarde, leva tudo embora.

Até isso ocorrer, os restos se esparramam pela calçada, bloqueiam a passagem e geram mau cheiro. Prefeitos que escolhem investir no asfalto pela questão estética poderiam lembrar que uma cidade sem lixo exposto também fica mais bonita.


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Prefeitura quer rastrear moradores pelo celular para aumentar reciclagem em SP https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2019/02/22/prefeitura-quer-rastrear-moradores-pelo-celular-para-aumentar-reciclagem-em-sp/ https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2019/02/22/prefeitura-quer-rastrear-moradores-pelo-celular-para-aumentar-reciclagem-em-sp/#respond Fri, 22 Feb 2019 14:12:54 +0000 https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/files/2019/02/ecourbis_cmt_carolina_maria_de_jesus_reciclasampa_fotografia_antonio_brasiliano_01-150x150.jpg https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/?p=1060 A Prefeitura de São Paulo planeja usar ferramentas de envio de mensagens em massa e anúncios segmentados em redes sociais para tentar estimular os paulistanos a separar seu lixo para reciclagem.

“Coloco os PEVs [Postos de Entrega de Recicláveis] e aí começamos a mandar mensagem para quem está no entorno. Hoje, pelas redes sociais, você consegue selecionar bairro, consegue selecionar tudo, é impressionante. Não é caro e eu atinjo diretamente aquela população”, diz Edson Tomaz Filho, presidente da Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana).

A ação faz parte de uma campanha maior, chamada Recicla Sampa, lançada há duas semanas e que pretende motivar os paulistanos a separar e entregar o lixo da maneira correta para a coleta.

Não é preciso separar papel, plástico, vidro etc. Materiais recicláveis devem ir para um saco, e o lixo orgânico para outro. Só que cada tipo precisa ser colocado na rua em um momento diferente, pois cada categoria é recolhida por um tipo de caminhão.

Um dos objetivos da campanha é que os paulistanos consigam consultar mais facilmente o dia e a hora que o caminhão da coleta de recicláveis passa, e tirar outras dúvidas sobre como o lixo deve ser separado. Há coisas que parecem recicláveis, mas não são, como comprovantes de pagamento via cartão de crédito.

“Antes fazíamos ações pontuais. A ideia agora é fazer uma ação permanente para informar e estimular as pessoas a participar”, diz Tomaz.

Atualmente, a cidade dá tratamento correto a apenas 7% do lixo reciclável gerado, o que equivale a 80 toneladas por dia. No entanto, as duas centrais de triagem municipais possuem estrutura para receber até 500 toneladas diárias.

Hoje, 70% das ruas da cidade são atendidas por caminhões que recolhem recicláveis, que passam em horários diferentes da coleta regular.

Para atingir os outros 30% de endereços, a gestão Bruno Covas (PSDB) planeja instalar contêineres para a entrega do lixo. “Fazer a coleta assim é mais prático e barato do que com o caminhão porta a porta. Nossa ideia é expandir isso com o tempo”, conta Tomas.

Qualquer morador que quiser ter um contêiner perto de sua casa ou condomínio para entregar recicláveis pode fazer o pedido pelo telefone 156.

Embora sejam práticos e estejam em uso há anos em cidades de países como a Espanha, os contêineres enfrentam desafios como a falta de espaço nas calçadas e ruas para a sua instalação, o mau uso e o vandalismo.

Para a prefeitura, aumentar a reciclagem também é uma forma de melhorar as finanças. “O aterro que fica na cidade de São Paulo tem vida útil de mais dez anos. É complicado encontrar terrenos e ninguém quer um aterro perto de sua casa. Quando ele encher, vamos ter de mandar o lixo para lugares mais distantes, o que aumentará os custos”, lembra Tomas.

“Entre 4% e 5% do orçamento da cidade vai para a gestão do lixo. Isso representa R$ 2,5 bilhões por ano”, diz o presidente da Amlurb. “Ao reciclar mais, reduzimos o gasto para a cidade e geramos renda para as cooperativas.”

As informações sobre reciclagem em São Paulo podem ser acessadas pelo site Recicla Sampa.

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China testa ‘robôs-garis’ para varrer as ruas https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2019/02/14/china-testa-robos-garis-para-varrer-as-ruas/ https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2019/02/14/china-testa-robos-garis-para-varrer-as-ruas/#respond Thu, 14 Feb 2019 11:00:58 +0000 https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/files/2019/02/5c38042ea3106c65fff4aab3-e1549481716740-150x150.jpeg https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/?p=1044 Robôs capazes de sair pelas ruas e varrer calçadas e guias estão sendo testados na China desde o ano passado.

Em janeiro, um veículo do tamanho aproximado ao de um carrinho de supermercado começou a ser testado em uma universidade em Hohhot, no norte do país. Ele é capaz de se deslocar sozinho pelas vias do campus para fazer a varrição.

No ano passado, outros robôs-varredores começaram a ser testados em Xangai. Ali, os veículos são maiores: há modelos com seis metros de comprimento e outro menor, de três metros

Os testes começaram em abril de 2018, em uma área industrial. Os veículos têm vassouras para ir limpando o chão enquanto ele se move e é capaz de ler e respeitar sinais de trânsito, desviar de obstáculos e fazer curvas.

Veículo autônomo em teste em área industrial de Xangai (Xinhua)

Ao fim da jornada, os veículos descarregam a sujeira no lugar determinado e voltam automaticamente para a garagem.

Os veículos de Xangai, da empresa Autowise.ai, chegam a no máximo 10 km/h. Cada unidade deve custar em torno de US$ 47.500 (cerca de R$ 175 mil).

Os robôs de limpeza seguem estratégia parecida a de outros veículos autônomos em teste, como táxis e ônibus: começam a ser experimentados em áreas industriais e campus de universidades, depois avançam para cidades mais calmas antes de chegar às ruas das metrópoles, onde o excesso de pessoas e veículos torna mais difícil prever o que vai estar no caminho.

 

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Porto distribui sacos para donos recolherem cocô de cachorro nas ruas https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/09/28/porto-distribui-sacos-para-donos-recolherem-coco-de-cachorro-nas-ruas/ https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/09/28/porto-distribui-sacos-para-donos-recolherem-coco-de-cachorro-nas-ruas/#respond Fri, 28 Sep 2018 13:27:12 +0000 https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/files/2018/09/IMG_1181-e1537817528957-150x150.jpg https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/?p=768 A cidade do Porto, em Portugal, fornece gratuitamente sacos para que os donos possam recolher as fezes que seus cães fizerem enquanto passeiam pelas ruas.

As embalagens ficam em caixinhas coloridas, presas em postes. Basta puxar uma e utilizar. Os sacos são resistentes e próprios para que a pessoa possa usá-lo como uma luva para pegar os dejetos e, depois, fechá-lo e depositar na lixeira mais próxima.

Os postos de “saco-cão” estão disponíveis em várias ruas da cidade, incluindo áreas residenciais, e não só em parques e áreas de passeio.

Embalages são gratuitas (Rafael Balago/Folhapress)

Diversas cidades da Europa distribuem saquinhos para que os donos de cães possam utilizar quando necessário. Um projeto similar foi iniciado em Porto Alegre, em 2008.

Há também diversos lugares que multam pesado os donos que não recolherem a sujeira de seus bichos. No entanto, as dificuldades para fiscalizar fazem com que as regras nem sempre sejam cumpridas.

Alguns municípios apostam em saídas mais radicais. Cidades como Seattle, nos EUA, e Mislata, na Espanha, anunciaram testes de DNA das fezes para identificar os donos infratores. Antes, foi preciso fazer um cadastro com o material genético de todos os cães de cada local.

Distribuição também é feita em ruas residenciais (Rafael Balago/Folhapress)
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Cidade usa ‘lixeiras’ para arrecadar roupas usadas na Espanha https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/07/25/cidade-tem-cestos-nas-ruas-para-receber-roupas-usadas-durante-o-ano-todo/ https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/07/25/cidade-tem-cestos-nas-ruas-para-receber-roupas-usadas-durante-o-ano-todo/#respond Wed, 25 Jul 2018 12:45:28 +0000 https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/IMG_0555-e1532505804472-150x150.jpg https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/?p=537 Recipientes para a entrega de roupas usadas, semelhantes às utilizadas na Campanha do Agasalho, poderiam ficar disponíveis nas ruas o ano todo. É assim nas ruas de Corunha, na Espanha: contêineres brancos nas calçadas recebem camisas, calças, vestidos, sapatos e outros itens de janeiro a janeiro.

Com 240 mil habitantes, a cidade galega tem mais de cem contêineres, que foram instalados a partir de 2016 por meio de uma parceria entre o governo local e a instituição social Padre Rubinos. Eles ficam próximos a mercados, escolas, praças e outros lugares com bastante circulação.

Podem ser entregues roupas, calçados, toalhas, cobertores, lençóis e fronhas. Se a quantidade a ser doada for grande, o programa recolhe esses materiais em casa.

As doações são encaminhadas para uma entidade que ajuda pessoas pobres. As peças  recolhidas em boas condições são direcionadas para moradores de albergues e famílias sem recursos.

Parte dos itens são recortados e utilizados para fazer bolsas e outros acessórios. Depois, estes produtos são vendidos em bazares, para arrecadar fundos que serão usados em outras ações sociais.

Já os materiais em mau estado são repassados para uma ONG que trabalha com reciclagem de tecidos. O dinheiro obtido neste processo é usado para pagar os salários dos funcionários. A equipe é formada por pessoas que enfrentavam outras dificuldades para encontrar trabalho, como ex-moradores de rua.

Prefeitura de Corunha recolhe roupas em domicílio (Rafael Balago/Folhapress)

Além da função social, o programa de recolhimento ajuda a reduzir a geração de lixo na cidade ao facilitar a destinação correta destes materiais.

Em São Paulo, a prefeitura da capital e o Sinditêxtil, que reúne fabricantes de tecidos, anunciaram em 2015 o projeto Retalho Fashion, para recolher e reciclar parte das 20 toneladas de restos gerados pelas confecções do Brás e do Bom Retiro. O sindicato não respondeu aos questionamentos deste blog sobre o andamento do projeto.

No Brasil, é comum levar roupas usadas para igrejas e entidades sociais ou entregá-las para pessoas e grupos que pedem de porta em porta. Ter um canal unificado de entrega, ou ao menos cestas perto de casa, poderia ajudar a ampliar a arrecadação e evitar que vestimentas e calçados acabem nos aterros. Disposição para doar existe: a Campanha do Agasalho de São Paulo arrecadou 8 milhões de peças na ação do ano passado.

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Contêineres de lixo urbano custam até R$ 30 mil no Brasil; quem paga? https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/05/11/conteineres-de-lixo-urbano-custam-ate-r-30-mil-no-brasil-quem-paga/ https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/05/11/conteineres-de-lixo-urbano-custam-ate-r-30-mil-no-brasil-quem-paga/#respond Fri, 11 May 2018 20:45:14 +0000 https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/Lixo-brasilia-150x150.jpeg http://avenidas.blogfolha.uol.com.br/?p=243 Depois do texto sobre o uso de contêineres de lixo no exterior, leitores escreveram ao blog para comentar experiências similares no Brasil, que mostram outros desafios à adesão ao sistema no país.

A principal delas é: quem paga a conta?

Em Brasília, os contêineres são comprados pelos condomínios. Cada um custa entre R$ 2.000 e R$ 4.000 e pode durar até dez anos. “Mas quebra em um ano se não cuidar direito”, alerta Paulo Celso dos Reis, diretor técnico do SLU (Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal).

Há 12 mil contêineres na capital federal, nas contas do SLU, que recebem 40% do lixo gerado na cidade. A prática começou nos anos 1980, para agilizar a coleta nos condomínios.

“Se há contêineres, com uma parada só, o caminhão recolhe o lixo de 80 famílias. Ao parar menos, ele agiliza a coleta e gasta menos combustível”, explica Reis.

Nas periferias do DF, o SLU testa contêineres enterrados no subsolo, para atender áreas em que o caminhão não consegue chegar. Cada um custa R$ 30 mil, pagos pelo governo local.

Segundo Reis, a demanda é tão grande que estes pontos são visitados pelo caminhão da coleta até três vezes por dia. Para evitar que as pessoas jogassem lixo em volta do contêiner, ele foi instalado em um jardim. “Recebemos abaixo-assinados pedindo a instalação em outros bairros”, diz o diretor.

Em Lucas do Rio Verde, cidade de 61 mil habitantes no Mato Grosso, a prefeitura pagou a conta e instalou contêineres de plástico por toda a cidade, ao custo de R$ 6,7 milhões.

Desde 2016, 100% do lixo da cidade é coletado por contêineres. Foram dois anos para fazer a implantação, e o processo continua. “Conforme vão surgindo novos bairros, novos contêineres são adquiridos”, aponta Raimundo Dantas, diretor do órgão municipal responsável pelo lixo.

Em Rio Verde, há dois tipos de recipientes: um para o lixo orgânico e outro para recicláveis. Os itens que podem ser reaproveitados são destinados a uma associação de coletores, que revende o material para gerar renda.

Seja diretamente, como em Brasília, ou via impostos, como na cidade do Mato Grosso, a conta sempre fica com os moradores. Deixar a escolha para cada condomínio ou residência torna a adesão lenta. Porém, antes de usar recursos públicos, cada cidade precisa avaliar se há outras questões mais urgentes a serem resolvidas.

Contêineres em Lucas do Rio Verde (Divulgação)
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Mau uso trava implantação de contêineres de lixo em São Paulo https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/04/10/mau-uso-trava-implantacao-de-conteineres-de-lixo-em-sao-paulo/ https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/04/10/mau-uso-trava-implantacao-de-conteineres-de-lixo-em-sao-paulo/#respond Tue, 10 Apr 2018 12:52:04 +0000 https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/files/2018/04/IMG_8162-150x150.jpg http://avenidas.blogfolha.uol.com.br/?p=130 No Brasil, é comum ver profissionais correndo pelas ruas para pegar os sacos de lixo e jogá-los nos caminhões de coleta. Há também inúmeras esquinas sempre cheias de entulho e sacos de sujeira. Para as duas questões, há uma mesma ideia que poderia melhorar as coisas: o uso de contêineres.

Nas ruas da Espanha, por exemplo, há unidades deles para receber os resíduos das casas e comércios a cada 20 ou 30 metros. Estas lixeiras grandes ficam nas calçadas ou na rua, perto da guia, entre os carros estacionados.

O uso deles evita que os sacos sejam colocados diretamente sobre o chão e ao ao ar livre. Sem lixo à vista, aumenta a sensação de limpeza no ambiente.

O modelo também facilita o recolhimento: os contêineres são encaixados no caminhão por um coletor, que aperta um botão e esvazia o recipiente sem contato com os resíduos.  O vídeo abaixo mostra alguns destes veículos em operação, nos Estados Unidos.

No Brasil, o lixo geralmente é colocado em cestos na calçada ou preso nos portões. E ambas as formas atrapalham a circulação dos pedestres.

Outra opção comum no país, especialmente nas periferias, é levar os rejeitos para perto de postes ou de muros. Ao ficarem no chão, os sacos são rasgados por cachorros e restos de comida se espalham. Se chove forte, esse material pode ir parar em bueiros e córregos, aumentando o risco de enchentes.

Tentativas de mudar esse modelo caminham devagar. Em 2012, a Loga, uma das empresas de limpeza pública de São Paulo, começou um teste de uso de contêineres na cidade, na região dos Jardins. Seis anos depois, há apenas 660 deles em uso.

O problema, segundo a Loga, é que os contêineres para lixo doméstico foram encarados pela população como caçambas de entulho.

“No caso dos Jardins, há o descarte de resíduos inapropriados por parte dos moradores e por carroceiros, que muitas vezes trazem materiais de outras regiões. Estes resíduos são de construção civil, móveis e grandes objetos e galhos, folhas e restos de poda”, explica Francisco de Andrea Vianna, coordenador de planejamento da Loga.

Como o entulho também é deixado ao redor dos contêineres, não há como fazer a coleta mecanizada. “A falta de fiscalização [sobre o descarte irregular] não inibe estas ações e atrapalha a expansão deste modelo”, diz Vianna.

Outra tentativa da empresa é a instalação de contêineres subterrâneos. Um projeto piloto, em Parada de Taipas, na zona norte, enfrentou o mesmo problema. Ali, foi feito um trabalho para orientar os moradores e um profissional vigia a área e impedir o descarte de entulho durante o dia. “Mas, infelizmente, há casos em que restos de construção civil e grandes objetos são deixados durante a noite”, lamenta Vianna.

Contêineres subterrâneos em teste em São Paulo (Divulgação)

São Paulo tem cem ecopontos, onde cada pessoa pode levar até 1 m³ de entulho por dia, por pessoa. Há multa de R$ 18,4 mil para quem for flagrado descartando nas ruas o que não deve, mas mesmo assim a prática segue. Um levantamento de 2017 feito pela prefeitura apontou a existência de 2.900 “pontos viciados”: lugares como terrenos, praças ou esquinas escolhidos informalmente pelos vizinhos para deixar sofás velhos, telhas quebradas e outras coisas.

A existência de tantas esquinas sujas e o mau uso dos contêineres deixam claro que ainda há grande demanda na cidade por lugares para receber o lixo. Muitos destes pontos viciados começaram com alguns sacos levados até ali por alguém que um dia não quis colocar seus restos em frente à própria casa. Se cada rua tivesse um contêiner ou algo similar a cada 30 metros, menos pontos viciados surgiriam e a cidade aos poucos ficaria mais limpa.

Contêiner de lixo em teste em São Paulo (Divulgação)

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