Avenidas https://avenidas.blogfolha.uol.com.br Ideias para melhorar a vida nas cidades Tue, 14 Dec 2021 17:44:03 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Número de pessoas caminhando ao ar livre triplicou em 2020, diz Strava https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2020/12/16/numero-de-pessoas-caminhando-ao-ar-livre-triplicou-em-2020-diz-strava/ https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2020/12/16/numero-de-pessoas-caminhando-ao-ar-livre-triplicou-em-2020-diz-strava/#respond Wed, 16 Dec 2020 11:00:42 +0000 https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/files/2020/12/93f3e92bc9d85fdf1048dcdc2381e674a22cde85ba55095a53e7372d1d5f60fb_5fc9346867ea0-320x213.jpg https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/?p=2025 No ano marcado pela pandemia, com academias fechadas, as atividades esportivas ao ar livre tiveram fortes altas em várias partes do mundo, mostram dados do aplicativo Strava, usado para registrar exercícios.

O levantamento Year in Sport, feito pelo app e divulgado nesta quarta (16), mostra que o total de caminhadas ao ar livre foi três vezes maior nos meses de abril a junho de 2020, na comparação com 2019.

No mesmo período, a prática de corrida ao ar livre cresceu 1,9 vezes, e a de pedalar, 1,8 vezes.

Os dados se referem às atividades de 73 milhões de usuários cadastrados em todo o mundo, sendo 9 milhões deles no Brasil.

A pesquisa também mostrou a variação de atividades ao ar livre por países, nos primeiros meses da pandemia. No Brasil, o total de registros entre março e maio, no começo da crise sanitária, ficou 5% acima das projeções feitas pelo Strava, que se baseavam no crescimento médio registrado antes da pandemia.

O índice brasileiro é bem menor do que os de países como Reino Unido (82% acima do esperado), Alemanha (45%) e Estados Unidos (28%).

Já em paises com lockdowns severos no primeiro semestre, como Espanha e Itália, as atividades ao ar livre tiveram volume 60% abaixo do previsto no auge das restrições, mas o número se recuperou e superou a expectativa nos meses seguintes.

Em meio à pandemia, várias cidades do mundo, como Paris, Los Angeles e Bogotá, ampliaram espaços nas ruas para pedestres e ciclistas praticarem esporte e se deslocarem com mais segurança. Muitas delas pretendem tornar estas mudanças permanentes.

A presença de mais gente buscando áreas ao ar livre demandará um rearranjo urbano, cuja saída mais fácil é a redução do espaço público destinado aos carros.

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E se, em vez de asfalto, prefeitos comprassem contêineres para lixo antes da eleição? https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2020/08/21/e-se-em-vez-de-asfalto-prefeitos-comprassem-conteineres-para-lixo-antes-da-eleicao/ https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2020/08/21/e-se-em-vez-de-asfalto-prefeitos-comprassem-conteineres-para-lixo-antes-da-eleicao/#respond Fri, 21 Aug 2020 15:50:25 +0000 https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/files/2020/07/IMG_0259-320x213.jpg https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/?p=1853 Perto das eleições municipais, é comum ver ruas com asfalto novinho. Os buracos somem, mas outro problema segue: lixo espalhado ao ar livre.

Muitos bairros têm os chamados pontos viciados, locais onde as pessoas descartam madeiras, entulhos variados e o lixo do dia a dia, como parte da rotina.

Mesmo com multas elevadas e a criação de ecopontos, a situação persiste. Ela poderia ser amenizada com uma saída relativamente simples: o uso de contêineres.

Essas estruturas ocupam espaço nas ruas, mas podem ser estacionadas nas vagas para carros. Onde as vias são muito estreitas ou há grande demanda de lixo, pode-se colocar modelos enterrados e aproveitar para reformar o lugar, criando uma mini praça.

Contêineres para coleta de lixo em Pirituba, zona norte de São Paulo, a cerca de 2 km do local da foto do início do post (Rafael Balago/Folhapress)

A instalação deles precisa ser acompanhada por um trabalho de conscientização da população do entorno, para que não joguem lixo em volta do contêiner quando ele lotar, por exemplo.

A implantação tem custo, mas pode gerar economia a longo prazo, com a redução do tempo de coleta: o caminhão precisa fazer menos paradas no caminho, na comparação com o recolhimento porta a porta.

A ideia, já usada em cidades como Brasília e em algumas partes de São Paulo, pode ser a saída para terminar com um jogo de cena: todos sabem que não se pode jogar o lixo dessa forma, mas o fazem porque a prefeitura, cedo ou tarde, leva tudo embora.

Até isso ocorrer, os restos se esparramam pela calçada, bloqueiam a passagem e geram mau cheiro. Prefeitos que escolhem investir no asfalto pela questão estética poderiam lembrar que uma cidade sem lixo exposto também fica mais bonita.


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Paris tem rodoviária camuflada dentro de parque https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2019/07/10/paris-tem-rodoviaria-camuflada-dentro-de-parque/ https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2019/07/10/paris-tem-rodoviaria-camuflada-dentro-de-parque/#respond Wed, 10 Jul 2019 13:57:35 +0000 https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/files/2019/07/IMG_5307-320x213.jpg https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/?p=1242 No parque de Bercy, em Paris, é comum ver pessoas andando com malas ou sentadas com as bagagens na grama, enquanto esperam. Ali, portas meio escondidas entre quadras esportivas e um jardim elevado dão acesso à uma rodoviária, de onde partem ônibus para o interior da França e países vizinhos, como Bélgica e Espanha.

A rodoviária fica parcialmente enterrada, um pouco abaixo do nível do solo. Seu teto é coberto por jardins e uma escadaria, que disfarça bem o que há por baixo. O parque é silencioso e não se ouve ali nenhum sinal dos ônibus.

O parque foi criado na década de 1990, a partir da recuperação de áreas antes usadas por comerciantes de vinhos, e fica na parte sul da cidade, a meia hora de caminhada da catedral de Notre-Dame, um dos pontos mais conhecidos da cidade.

Parque de Bercy, em Paris, onde há uma rodoviária (Rafael Balago/Folhapress)

Rodoviárias subterrâneas são comuns em outras cidades do mundo. Em Nova York, a Penn Station, de onde partem trens regionais, é totalmente escondida. A estação original foi demolida nos anos 1960, o que liberou espaço para a construção de prédios, mas gerou críticas por destruir um prédio de valor histórico. Outra estação local que seguiu de pé, a Grand Central, é um dos símbolos da cidade.

No entanto, rodoviárias como a Barra Funda e o Tietê possuem pouco valor arquitetônico e ocupam grandes áreas que poderiam ter outros usos. O modelo de rodoviária subterrânea também poderia ser adotado para a criação de paradas menores em outros bairros da cidade.

Governo e Prefeitura São Paulo têm planos de conceder terminais de ônibus urbanos à iniciativa privada, com a expectativa de que esses terrenos valorizados despertem interesse comercial e abriguem shoppings ou prédios. Com bons projetos, como mostra Paris, esses espaços poderiam dar lugar a mais verde.

Rodoviária de Bercy, em Paris, camuflada por um parque (Rafael Balago/Folhapress)
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Cobrir ruas de comércio no verão gera sombra e cenário para selfies https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/11/29/cobrir-ruas-de-comercio-no-verao-gera-sombra-e-cenario-para-selfies/ https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/11/29/cobrir-ruas-de-comercio-no-verao-gera-sombra-e-cenario-para-selfies/#respond Thu, 29 Nov 2018 13:48:13 +0000 https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/files/2018/11/IMG_1997-150x150.jpg https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/?p=893 Fazer compras na rua num dia de calor é algo bastante cansativo. Tanto que muita gente prefere ir ao shopping para aproveitar a refrescância do ar condicionado.

Na Europa, ruas de comércio de várias cidades instalam coberturas temporárias durante o verão, para dar um pouco de sombra e, assim, atrair mais frequentadores.

Estas coberturas costumam ser coloridas, e acabam virando uma atração: são um bom pano de fundo para selfies e fotos para serem postadas em redes sociais.

Rua coberta com placas em Madri (Rafael Balago/Folhapress)

Há várias ideias para gerar sombra. Em Madri, na Espanha, placas retas de três cores se alternam, formando um efeito visual para quem caminha olhando para cima.

Outra opção usada em vários lugares é cobrir as vias com guarda-chuvas coloridos. Há ruas assim em Dublin, na Irlanda, e em cidades pequenas e turísticas de Portugal, como Viana do Castelo.

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Patinete elétrica lembra sensação de ganhar brinquedo novo; leia teste https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/10/12/patinete-eletrico-lembra-sensacao-de-ganhar-brinquedo-novo-leia-teste/ https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/10/12/patinete-eletrico-lembra-sensacao-de-ganhar-brinquedo-novo-leia-teste/#respond Fri, 12 Oct 2018 12:32:26 +0000 https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/files/2018/10/IMG_2054-150x150.jpg https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/?p=801 Andar em uma patinete elétrica pela primeira vez é um pouco como testar um brinquedo novo. Há um suspense sobre o que pode acontecer ao apertar o botão da partida e alguma dificuldade inicial para se equilibrar e achar a melhor posição.

Encontrar uma delas para emprestar nas ruas de Madri, na Espanha, é relativamente fácil. Há vários modelos da empresa Lime parados nas esquinas. Para usar, é preciso baixar um aplicativo, fazer um cadastro rápido e escanear um QR code.

Logo após a liberação, surge a dúvida: por onde seguir com o veículo? Perto da guia, ao lado dos carros, ou na calçada, entre os pedestres? A segunda opção parece mais sensata, mas aí surge outro obstáculo: o chão.

Guidão tem velocímetro e acelerador que lembra video-game (Rafael Balago/Folhapress)

As pequenas rodas transmitem ao usuário todas as trepidações do piso. Ir por uma calçada de pedras portuguesas, como é comum no centro de São Paulo, gera uma tremedeira forte e desconfortável. Circular por trechos de terra batida ou em ruas com paralelepípedos traz o mesmo problema.

A patinete só consegue mostrar todo seu potencial numa ciclovia. Ali, o piso (geralmente) liso permite atingir 20 km/h em poucos segundos. Para acelerar, basta apertar um botão com o polegar, o que lembra muito um controle de vídeo-game. O freio é pouco usado: ao soltar o botão, a velocidade diminui rapidamente.

O veículo sobe com facilidade ruas inclinadas e tem um bom controle nas descidas. A autonomia da bateria é grande: fica em torno de 30 km. Mas aí, cabe analisar a capacidade do bolso. Uma viagem de 15 minutos em Madri com um modelo da  Lime custa 3,25 € (cerca de R$ 14).

O empréstimo de patinetes elétricas para percorrer curtas distâncias nas cidades é um negócio que ganhou força neste ano e se espalha por cidades dos Estados Unidos e da Europa. Só a Lime recebeu US$ 335 milhões em investimentos em julho, parte deles vindos de Uber e Alphabet. Outra startup do setor, a Bird, já captou US$ 400 milhões.

No entanto, falta ainda combinar com as prefeituras, para que haja mais espaço e pisos de qualidade onde os patinetes possam ser usados. Desviar de pedestres e carros é tarefa desanimadora em ruas muito cheias. Sem uma estrutura viária adequada, esses veículos podem acabar indo circular só nos parques, onde podem ser usados livremente como se fossem apenas um brinquedo.

Patinetes na entrada do parque Retiro, em Madri (Rafael Balago/Folhapress)
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Banco de rua carrega celulares com energia solar e monitora arredores https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/10/08/banco-de-rua-carrega-celulares-com-energia-solar-e-monitora-arredores/ https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/10/08/banco-de-rua-carrega-celulares-com-energia-solar-e-monitora-arredores/#respond Mon, 08 Oct 2018 15:33:15 +0000 https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/files/2018/10/IMG_2630-150x150.jpg https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/?p=795 Bancos de rua com tomadas USB e câmeras estão sendo instalados em algumas cidades da Europa, como Bratislava, na Eslováquia. Um deles, chamado Steora, tem um sistema de captação de energia solar e várias outras funções, como medir a qualidade do ar.

A energia usada para recarregar celulares vem do sol: há conectores nas laterais e um ponto para aparelhos de carga sem fio. Segundo o fabricante, a absorção de energia solar é possível mesmo enquanto há pessoas sentadas no banco.

O aparato oferece ainda conexão wi-fi e pode ter uma tela na lateral, para exibir anúncios ou alertas públicos.

O Steora também se propõe a ser uma ferramenta de monitoramento: há espaço para receber até quatro câmeras para monitorar o que se passa ao redor e sensores para registrar a temperatura, a umidade do ar e o nível de chuva do local.

Superfície capta energia solar (Rafael Balago/Folhapress)

O Steora foi criado pela Include, uma start-up da Croácia, e tem unidades em cidades como Budapeste, Praga, Dubai e Estocolmo.

Embora seja um banco diferente dos outros, não fica claro logo de cara que ali há serviços como recarga e wi-fi. Nas cinco vezes em que o autor deste blog passou por eles nas ruas, em apenas uma havia uma pessoa usando a tomada.

Depois do wi-fi público se tornar comum em várias praças, assentos com carregadores podem ser uma boa ideia pra facilitar a vida de quem usa muito o celular na rua.  E bancos normais, daqueles sem tecnologia, também fazem falta nas calçadas de muitas cidades do Brasil.

Banco pode ter uma tela lateral (Rafael Balago/Folhapress)
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App lança ônibus que só vai até pontos onde há passageiros https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/07/20/app-lanca-onibus-que-so-vai-ate-pontos-onde-ha-passageiros/ https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/07/20/app-lanca-onibus-que-so-vai-ate-pontos-onde-ha-passageiros/#respond Fri, 20 Jul 2018 12:10:34 +0000 https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/9u6hYvAw-e1532015332817-150x150.png https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/?p=518 Um serviço de transporte coletivo circula por Londres e para em alguns lugares da cidade para as pessoas subirem e descerem. Mas não há sinais na calçada de onde estes pontos ficam. Para reservar uma viagem, pagar por ela e saber onde embarcar, é preciso consultar um aplicativo.

A novidade se chama Smart Ride (viagem inteligente) e foi criado pelo Citymapper, app que começou com a função de indicar rotas de ônibus e de metrô e, agora, investe na criação de uma frota própria.

A ideia lembra a do Uber Pool: juntar desconhecidos que querem fazer um trajeto similar e  levá-los em um mesmo veículo. Assim, cada pessoa paga menos do que se fosse sozinha.

O novo modelo vai além: há rotas maleáveis dentro de uma mesma área. E em vez de cada um descer onde quer, são designados pontos comuns de parada, para agilizar o trajeto, como mostra a animação abaixo.

Animação que explica como a rede funciona (Divulgação)

“Ao contrário dos ônibus tradicionais, que estão presos a uma rota, nossos veículos estão ligados a uma rede e podem se mover por múltiplas combinações”, explicou a empresa em um post no Medium.

Estes veículos só rodam conforme há demanda. Assim, não precisam circular vazios ou passar por pontos desertos apenas para cumprir a tabela. O traçado da rede pode se adaptar automaticamente de acordo com dias, horários e trânsito, mudando as rotas e locais de embarque.

Para o passageiro, a viagem custa mais do que ir de ônibus, mas menos do que se chamasse um carro por aplicativo. A empresa economiza ao otimizar o uso da frota e por não precisar manter estruturas físicas nas ruas.

Ao analisar o que os usuários buscam, o Citymapper encontrou lacunas: há trechos e horários não atendidos pelas redes existentes. A startup viu aí uma oportunidade e passou a desenvolver seu próprio serviço de transporte.

O primeiro teste foi a criação de uma linha noturna em Londres, em 2017, que segue em operação. Depois de alguns meses, veio o Smart Ride, lançado em fevereiro.

Houve dificuldade para enquadrar a ideia na regulação londrina. Para oferecer um serviço público de ônibus, o governo local exige rotas fixas, horários programados e frequência contínua.

A saída foi usar vans com oito lugares, o que se encaixa na categoria de transporte privado. Com mais de nove passageiros, é preciso seguir as regras dos ônibus.

Van utilizada no serviço Smart Ride (Divulgação)

“As regulações no Reino Unido usam a estrutura criada para carruagens no século 19. Estamos trabalhando com regras para cavalos!”, questionou a empresa, que reclamou também da demora na tramitação do pedido.

Os veículos são de propriedade de motoristas afiliados ao aplicativo, num modelo similar ao do Uber. A licença permitirá ter uma frota de até 500 vans. Por hora, o serviço opera apenas em Londres.

“Nós ainda estamos aprendendo com cada viagem, então o melhor é estar perto do nosso time de desenvolvedores”, contou ao blog Damian Bown, diretor de desenvolvimento do Citymapper. “Sem dúvida vamos buscar oportunidades de levar o Smart Ride para outras cidades no futuro.”

Assim como ocorreu com os táxis, as viações terão seu monopólio ameaçado no futuro próximo. As prefeituras precisam rever as leis para permitir inovações e, ao mesmo tempo, garantir um serviço seguro e abrangente. O regulamento dos ônibus é rígido, mas força as empresas a atender bairros e horários menos lucrativos, garantindo o acesso ao transporte.

Um sistema no qual seja possível saber exatamente onde cada passageiro está e para onde quer ir gera enormes possibilidades de economia de tempo e de dinheiro, além de redução do total de veículos nas ruas. No entanto, para que este modelo funcione plenamente, será preciso que todos tenham acesso a smartphones, à internet móvel de qualidade e familiaridade com a tecnologia.

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Problemas do transporte público já somam mais de 150 anos https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/06/05/problemas-do-transporte-publico-ja-somam-mais-de-150-anos/ https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/06/05/problemas-do-transporte-publico-ja-somam-mais-de-150-anos/#respond Tue, 05 Jun 2018 13:12:52 +0000 https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/files/2018/06/IMG_20180511_114030284-150x150.jpg http://avenidas.blogfolha.uol.com.br/?p=332 “Esperava embarcar no trem às 18h15, mas um atraso me fez esperar 15 ou 20 minutos em uma plataforma muito insegura, fria e estreita, ao lado de 200 ou 300 pessoas, enquanto trens iam e vinham, passando a uma distância perigosa”, reclamou um passageiro londrino ao jornal The Times, em 1864.

Há mais de 150 anos, voltar para casa começava a ser a saga que se vê nas metrópoles até hoje.

A jornada difícil até o trabalho surgiu junto com o crescimento das cidades no século 19. Levar uma quantidade enorme de gente nos mesmos horário e direção gerou um desafio até hoje não resolvido plenamente. As pessoas chegam aonde precisam, mas fazem viagens demoradas e apertadas.

As tentativas da capital inglesa para resolver seus problemas de transporte são contadas no Museu dos Transportes de Londres. Visitá-lo ajuda a entender como chegamos à hora do rush e como o Brasil pulou vários capítulos dessa história.

No início dos anos 1800, as ferrovias construídas na Inglaterra criaram atalhos para cruzar o país. A industrialização levou milhares de pessoas a trabalhar e a viver nas cidades. Londres passou de 630 mil moradores em 1714 para 2 milhões em 1840. Cem anos depois, chegaria a 8,5 milhões, número próximo ao atual.

Para abrir espaço aos trilhos, casas foram retiradas sem indenizar seus habitantes. Os desalojados foram morar mais longe e tiveram de começar usar o trem todos os dias. Como paliativo, as empresas ofereceram bilhetes com tarifa reduzida aos trabalhadores, mas para embarcar antes do sol nascer.

O parlamento britânico proibiu que as ferrovias chegassem até o centro de Londres. Criou-se aí uma demanda nesse trecho final do caminho. Conforme ela foi crescendo, as carruagens aumentaram de tamanho e algumas delas passaram a fazer a mesma rota todos os dias. Em 1829, surgiu o primeiro “omnibus” da cidade,  com facilidades como poder embarcar sem ter reservado um lugar antes e pagar diretamente ao condutor. 

 

Bonde com dois pavimentos no Museu de Transportes de Londres (Rafael Balago/Folhapress)

Nas décadas seguintes, o crescimento urbano engoliu as estações que ficavam nos arredores e outras soluções foram buscadas. As ruas ganharam trilhos para que as carruagens coletivas, puxadas por cavalos, pudessem rodar de forma mais ágil. Outras empresas montaram linhas de navio a vapor pelo rio Tâmisa.

Em 1863, veio o caminho mais efetivo, o metrô. Nas primeiras décadas, seus vagões eram movidos por locomotivas a vapor. A fumaça das fornalhas invadia os túneis e estações, gerando um ambiente sufocante. O problema só seria resolvido com a adoção das redes de energia elétrica.

Os veículos a diesel se espalharam pela cidade no início do século 20 e foram festejados como solução para limpar as ruas, pois os cavalos geravam um volume absurdo de sujeira. Cem anos depois, motores movidos por combustíveis fósseis estão sendo banido do centro de Londres em troca de modelos elétricos, para reduzir a contaminação do ar. 

Também no século 20, Londres criou mecanismos para conter sua expansão, como um cinturão verde, e seguiu ampliando a rede de transporte. Com isso, a lotação diminuiu. No entanto, o aumento do preço dos imóveis na capital inglesa nos últimos anos faz com que as pessoas se mudem para bairros mais distantes e, assim, passem mais tempo em trânsito.

Comparando passado e presente, as inovações de transporte agora se espalham mais rápido pelo mundo. O Uber estreou em 2010, nos EUA, e veio para o Brasil em 2014. E já em 2011, aplicativos para chamar táxi eram lançados por aqui. Como comparação, o metrô só chegou a São Paulo mais de cem anos depois de ser inventado.

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Postos de combustíveis podem sumir das ruas nas próximas décadas https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/05/31/postos-de-combustiveis-podem-sumir-das-ruas-nas-proximas-decadas/ https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/05/31/postos-de-combustiveis-podem-sumir-das-ruas-nas-proximas-decadas/#respond Thu, 31 May 2018 13:48:57 +0000 https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/cami-150x150.jpg http://avenidas.blogfolha.uol.com.br/?p=323 Protagonistas do noticiário dos últimos dias, os postos de combustíveis podem virar raridade nas próximas décadas, caso os veículos movidos a eletricidade dominem o mercado.

Para carregar um automóvel elétrico, pode-se usar uma tomada, algo que já existe na casa dos motoristas. Pontos de recarga nas ruas usam apenas um pequeno totem, geralmente ao lado de vagas de estacionamento.

Embora ainda sejam um nicho de mercado e tenham uma evolução vagarosa, os modelos elétricos estão recebendo investimentos das montadoras para aumentar a autonomia das baterias e acelerar o processo de recarga. O movimento também é estimulado por governos: países da Europa querem banir veículos poluentes nos próximos 20 anos.

Postos de combustíveis geralmente estão em endereços de fácil acesso, muitos deles bem servidos pelo transporte público. Estes terrenos, que passam de mil metros quadrados cada um, poderiam ser usados para a construção de moradias, outros tipos de comércio ou praças, dependendo das possibilidades de descontaminação do solo de cada lugar

A falta de áreas para construir é uma das travas para resolver a falta de moradia nas grandes cidades, especialmente nas áreas centrais. A região metropolitana de São Paulo tem cerca de 2.000 postos. Se o consumo de combustíveis inflamáveis for abandonado, surgirão oportunidades para que mais pessoas morem perto do trabalho ou, ao menos, passem por uma praça em seu caminho.

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Londres e NY testam orelhões que fazem ligações grátis e carregam celular https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/05/18/londres-e-ny-testam-orelhoes-que-fazem-ligacoes-gratis-e-carregam-celular/ https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/05/18/londres-e-ny-testam-orelhoes-que-fazem-ligacoes-gratis-e-carregam-celular/#respond Fri, 18 May 2018 12:38:01 +0000 https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/IMG_20180508_193147545_HDR-150x150.jpg http://avenidas.blogfolha.uol.com.br/?p=287 Em Londres, telas nas calçadas anunciam ligações telefônicas grátis para todo o Reino Unido. Meio escondido, na lateral do anúncio, está o aparelho para fazer as chamadas.

Estes totens, que juntam duas telas de 55 polegadas, um tablet e um roteador wi-fi, prometem substituir as tradicionais cabines telefônicas vermelhas da cidade. Estes dispositivos, chamados de InLink, começaram a ser instalados no ano passado em algumas ruas da capital inglesa.

Além das chamadas, o aparato também oferece portas USB para carregar celulares, acesso wi-fi a velocidade de até 1 Gb por segundo e acesso a informações como mapas e serviços nos arredores.

Para fazer ligações, os usuários devem conectar seus próprios fones de ouvido. O serviço é pago com a renda gerada pelos anúncios. Além de propaganda, as telas grandes exibem a previsão do tempo e a situação das linhas de metrô.

O InLink é inspirado em um projeto similar de Nova York, chamado LinkNYC e iniciado em 2016, com a meta de instalar ao menos 7.500 unidades ao longo de oito anos.

O wi-fi oferecido pelo serviço norte-americano foi usado para enviar 14 bilhões de e-mails e ouvir 239 milhões de músicas em seus primeiros 18 meses de operação, de acordo com a empresa fornecedora.

Totem do LinkNYC, em Nova York (Reprodução)

Em Nova York, inicialmente os aparelhos permitiam acesso livre à internet, mas a navegação foi restrita depois que pessoas foram flagradas usando eles para ver pornografia.

Apesar de alguns problemas, a iniciativa ajudou a democratizar o uso da tecnologia. Moradores de rua passaram a usar os novos orelhões para recarregar seus celulares e assistir a vídeos de música, segundo a agência Associated Press. No entanto, alguns se excederam: levaram cadeiras e passaram horas vendo conteúdos, monopolizando o acesso ao aparelho.

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