Avenidas https://avenidas.blogfolha.uol.com.br Ideias para melhorar a vida nas cidades Tue, 14 Dec 2021 17:44:03 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Madri testa pagamento de ônibus com reconhecimento facial https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2019/09/23/madri-testa-pagamento-de-onibus-com-reconhecimento-facial/ https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2019/09/23/madri-testa-pagamento-de-onibus-com-reconhecimento-facial/#respond Mon, 23 Sep 2019 17:41:06 +0000 https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/files/2019/09/EE0Xvg3XYAAVTvf-320x213.jpg https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/?p=1415 Entrou, olhou para a câmera, pagou. Madri, capital da Espanha, inicia em outubro um teste de pagamentos das viagens de ônibus por reconhecimento facial.

Para usar este meio de pagamento, os passageiros precisarão baixar um aplicativo, fazer um cadastro com os dados de pagamento e tirar uma selfie. Assim, cada vez que passar no ônibus, o reconhecimento do rosto autoriza o débito da passagem na fatura ou conta do cartão cadastrado.

Um tablet instalado no ônibus fará a leitura dos rostos. Na Espanha, não há catracas nem cobradores nos ônibus. O experimento é feito em parceria com Mastercard, Santander e a startup Saffe.

Tablet será usado para validar pagamentos (Reprodução/Twitter)

O teste inicial será feito com cem usuários, em uma linha da cidade, e durará seis meses. Se obtiver sucesso, será expandido para outros trajetos.

O pagamento por reconhecimento facial também está em testes na China, em cidades como Xangai.

No Brasil, o pagamento com cartões de crédito e débito começa a chegar aos transportes públicos. Cidades como Jundiaí e Brasília já os aceitam. O transporte de Londres tem esse modelo desde 2014, e Nova York começou a implantar a tecnologia em junho.

Em São Paulo, testes para o pagamento dos ônibus com cartões bancários estão sendo feitos em dez linhas municipais. E o metrô e a CPTM fazem experiências o uso de QR Code. Neste modelo, o usuário faz o pagamento em seu celular e recebe um código para ser apresentado na catraca.

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Uber terá de ser pedido uma hora antes do embarque em Barcelona https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2019/01/24/uber-tera-de-ser-pedido-1h-antes-do-embarque-em-barcelona/ https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2019/01/24/uber-tera-de-ser-pedido-1h-antes-do-embarque-em-barcelona/#respond Thu, 24 Jan 2019 15:48:23 +0000 https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/files/2019/01/uber-3-150x150.jpg https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/?p=1024 Aplicativos como Uber e Cabify estão enfrentando duros reveses na Espanha nos últimos dias.

O governo da Catalunha propôs novas regras para os veículos chamados por aplicativos, apelidados de VTC no país. A medida mais polêmica é exigir que os clientes não possam mais pedir um carro de forma imediata: será preciso fazer a solicitação ao menos 15 minutos antes.

No entanto, os taxistas catalães acharam pouco tempo: eles queriam que a reserva tivesse de ser feita até 24 horas antes do embarque, e iniciaram uma greve que durou seis dias.

Após negociações, o governo da Catalunha decidiu que cada cidade poderá determinar a antecedência obrigatória da reserva, até o limite de uma hora. A cidade de Barcelona optará pelo tempo máximo, segundo a prefeita Ada Colau.

Outro ponto polêmico previsto é a proibição do uso de geolocalização dos carros, o que impedirá os usuários de saber se há veículos por perto, por exemplo. As novas regras devem entrar em vigor nos próximos dias.

Táxis bloqueiam a Gran Via, em Barcelona, no domingo (20) – (Pau Barrena/AFP)

Como resposta, Uber e Cabify ameaçaram parar de atuar em Barcelona, mas ainda negociam com o governo. Em Barcelona, há 2.134 VTCs e 10.523 táxis.

Animados pelas mudanças na Catalunha, os taxistas de Madri também iniciaram uma greve, para exigir que a limitação de tempo também seja adotada na capital espanhola. Uma paralisação dos condutores de táxi na cidade chegou ao quarto dia nesta quinta (24).

Os taxistas espanhóis querem garantir para si a possibilidade de atender aos clientes de forma imediata, seja por um chamado na rua ou por aplicativo. Ao proteger seu mercado da concorrência, os motoristas evitam perder dinheiro. Para os usuários, se reduzem as opções de transporte, assim como a chance de pagar menos.

Nos próximos anos, outras batalhas virão, com a chegada dos carros sem motorista e dos modelos híbridos entre ônibus e táxi. Resta ver como os governos tratarão disso.

Taxistas protestam na frente do Parlamento regional da Catalunha, em Barcelona (Albert Gea/Reuters)
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Idosas ocupam prefeitura durante 10 meses para conseguir centro de apoio https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/09/17/idosas-ocupam-prefeitura-durante-10-meses-para-conseguir-centro-de-apoio/ https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/09/17/idosas-ocupam-prefeitura-durante-10-meses-para-conseguir-centro-de-apoio/#respond Mon, 17 Sep 2018 15:22:27 +0000 https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/files/2018/09/IMG_1007-150x150.jpg https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/?p=728 A Espanha vive um desafio que o Brasil deverá enfrentar nos próximos anos: o envelhecimento acelerado da população. As pessoas vivem mais, e isso faz com que os governos precisem criar novos serviços para dar atenção a esta população. 

Em Rianxo, no norte do país, um grupo de idosas resolveu cobrar a prefeitura para que construísse um centro de dia, pois a cidade não tinha nenhum. Ali vivem cerca de 12 mil moradores, dos quais 3.000 tem mais de 65 anos.

Este centro de apoio é um espaço onde os idosos podem passar o dia em atividades de lazer, ao lado de enfermeiras e auxiliares que oferecem cuidados. É uma alternativa para pessoas mais velhas que vivem com a família, mas que não podem ou não querem ficar sozinhas enquanto os parentes trabalham.

Sem o centro de dia em Rianxo, a única opção era ir a espaços similares em cidades vizinhas, que ficam a mais de uma hora de viagem.

“Não queríamos que nossos filhos tivessem de deixar o emprego para cuidar de nós”, conta Leonor Lesende, uma das integrantes do movimento. “Então, resolvemos ir à luta”.

Sede da prefeitura de Rianxo, na Galícia (Rafael Balago/Folhapress)

Segundo elas, os políticos locais prometiam construir o centro,  mas eleição após eleição nada era feito.

A primeira ação do grupo foi fazer um abaixo assinado, que reuniu 2.800 nomes. Em seguida, realizaram protestos nas ruas da cidade, mas sem muito resultado. Então, em junho de 2017, um grupo de senhoras resolveu ocupar o salão principal da prefeitura da cidade, ao lado do gabinete do prefeito.

“A ideia surgiu em uma reunião. No protesto seguinte, eu disse às pessoas que estava disposta a ocupar e perguntei quem iria comigo. Todos levantaram a mão”, lembra Maria José Comojo, líder do grupo, conhecida como Chechê.

Maria Jose Comojo, que liderou a ocupação (Rafael Balago/Folhapress)

A ocupação durou exatos 314 dias. Primeiro, eram feitos turnos de meia hora, que foram sendo ampliados até chegar à divisão de manhã, tarde e noite. De dia, entre 50 e 80 pessoas ficavam na sala. À noite, ao menos duas pessoas permaneciam acampadas. Os protestos nas ruas também foram mantidos.

“A maioria das ativistas eram mulheres. São elas que geralmente ajudam a cuidar dos filhos e dos idosos. Houve homens também, mas muito menos”, lembra Chechê. Mesmo durante a ocupação, as mulheres não deixaram seus afazeres domésticos, e alternavam o cuidado da casa com o turno na prefeitura.

Os primeiros meses foram de tensão, pois membros do governo pressionavam pelo fim do movimento. Para passar o tempo, as ativistas jogavam cartas, faziam caça-palavras e bingos. “Antes de dormir, ficávamos lembrando de músicas antigas. As pessoas mais velhas do que nós perguntavam: ‘vocês se lembram desta música?’ e começavam a cantar”, recorda Leonor.

A sala que foi ocupada pelos idosos durante quase um ano (Rafael Balago/Folhapress)

Logo veio o calor de agosto, que trouxe incômodo, pois a sala ficava abafada. Os meses avançaram e chegou o frio de dezembro. Na noite de Natal, foi improvisada uma ceia. “No inicio, ficaram só dois casais. Depois vieram mais companheiros, comemos juntos e estivemos bem. Foi uma experiência bonita”, diz Leonor.

A ocupação ainda duraria mais quatro meses, até que a prefeitura e o governo regional, a Xunta de Galícia, chegassem a um acordo para dividir os custos e comprar um espaço que será transformado em um centro de dia. O lugar, chamado Rianxinho, pertence a uma ordem religiosa, foi construído no século 18 e custará 1,6 milhão de euros (cerca de R$ 7,5 milhões). 

“O espaço terá capacidade para 200 pessoas, um amplo jardim e precisará de poucas alterações para se tornar um centro de dia”, detalha o prefeito Adolfo Muiños, que apoiou a campanha das senhoras. “Respeitamos 100% a decisão de fazer o protesto aqui, pois a reivindicação deles era justa”, diz ele.

O espaço que será transformado em centro de dia em Rianxo (Rafael Balago/Folhapress)

A construção de mais centros de dia pode facilitar a vida de muitas famílias e aumentar a qualidade de vida dos idosos, inclusive a fazer com que eles fiquem menos sós.  Chechê lembra do caso de um homem que vivia sozinho em casa e convivia pouco com outras pessoas. Ele morreu e seu corpo só foi encontrado seis meses depois. “A tecnologia é ótima, mas não queremos só aparelhos para nos comunicarmos. Queremos estar juntos e com os nossos”, defende.

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Ampliar lazer reduz insegurança e solidão nas cidades, diz pesquisadora https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/08/28/lazer-ajuda-a-combater-inseguranca-e-solidao-nas-cidades-diz-especialista/ https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/08/28/lazer-ajuda-a-combater-inseguranca-e-solidao-nas-cidades-diz-especialista/#respond Tue, 28 Aug 2018 11:01:37 +0000 https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/files/2018/08/IMG_6920-copia-150x150.jpg https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/?p=675 O aumento do investimento em atividades de lazer pode fazer com que as pessoas fiquem menos sós nas cidades e tornar as ruas mais seguras. É o que defende Cristina Ortega, chefe acadêmica e operacional da Organização Mundial do Lazer (WLO, na sigla em inglês).

Ortega, 48, é doutora em Lazer e Desenvolvimento Humano pela Universidade de Deusto, na Espanha, e participa nesta semana do 15º Congresso Internacional de Lazer, realizado pela WLO e pelo Sesc, em São Paulo, de terça (28) a sábado (1º/9). O evento debaterá como as práticas de ócio podem enfrentar desafios como o aumento do uso da tecnologia, o envelhecimento da população e o crescimento da imigração.

Ações já realizadas em São Paulo, como a abertura da avenida Paulista aos pedestres e a expansão de ciclovias e de serviços de empréstimos de bicicleta são elogiadas por Ortega , que conversou com o blog por telefone.

 

Folha – Como as cidades podem aumentar o uso dos espaços de lazer?
Cristina Ortega – Independente do tamanho da cidade, é preciso eliminar barreiras, como a distância e o preço. A educação desempenha um papel fundamental. É preciso desenvolver políticas para que os cidadãos tenham acesso a uma educação de lazer desde a infância, de tal maneira que eles desfrutem da cultura, do esporte, do turismo e da recreação. Lamentavelmente, na maioria dos paises, isso é muito escasso. 

Como as prefeituras podem ajudar nisso?
É fundamental que os espaços públicos recebam diferentes atividades culturais, recreativas e esportivas. Muitas cidades fecham suas ruas para carros e as abrem para pedestres. Isso ajuda as pessoas a ter acesso à recreação. As ciclovias e empréstimos de bicicletas levam muitas pessoas, tanto turistas quanto moradores, a verem a cidade de outra maneira.

Os parques lúdicos, tanto infantis quanto para a terceira idade, são interessantes por facilitar a convivência entre gerações. Cidades como Paris e Londres não tem praia, mas criam espaços com areia e piscinas no verão. São iniciativas de baixo custo e que não exigem demasiado esforço.

 

E como lidar com a sensação de insegurança nas ruas?
Não sou uma especialista no tema, mas o lazer pode ajudar a eliminar a insegurança em si. Ao organizar atividades e de eventos nas ruas e praças, esses lugares ficam ocupados pelas pessoas. Quando esse espaço público está com gente, aumenta a sensação de segurança. Mas é um processo de médio a longo prazo.

Há atividades de lazer que trazem mais resultado do que outras?
O que uma cidade pode fazer para que seus cidadãos sejam mais felizes? Hoje, o mais importante são as relações sociais. Estar com amigos, com a família. Pequenas intervenções ajudam a fortalecer esses laços e a fazer as pessoas mais felizes. 

Uma das melhores experiências de lazer que tive foi num cinema ao ar livre numa praça de Bolonha, na Itália. Eram projetados filmes antigos, em branco e preto, em uma área cercada por um patrimônio cultural incrível. Não tem a ver só com cultura e patrimônio, mas um cinema ao ar livre pode promover estas pequenas ações, como dividir um lanche, que ajudam as pessoas a estar juntas. O filme é o de menos.

Cinema ao ar livre em Bolonha, na Italia (Wikimedia Commons)

Como as políticas de lazer têm mudado nas últimas décadas?
A partir do final do século passado, as cidades passaram a desenvolver dois tipos de políticas. Algumas investiram na criação de grandes estruturas, como Bilbao, que fez o museu Guggenheim, para projetar uma imagem no exterior e atrair turistas. Já outras criaram políticas voltadas a eventos, que são feitos nas ruas, como festivais de cinema, eventos esportivos etc.

Há também ações como o movimento do grafite, que se desenvolveu de forma espontânea. E o aumento da preocupação com a saúde fez com que as ruas se enchessem de pessoas fazendo esporte, como a corrida.

O lazer por meio dos meios digitais têm os mesmos efeitos?
90% do nosso lazer é realizado via smartphones e tablets. Essa foi uma mudança radical. Não me atrevo a dizer se é algo bom ou ruim. É como tudo: tem que ter um uso equilibrado, sem abusos, sem dependência.

Também mudou todo o conceito de conexão. Nosso ócio hoje é conectado. Saímos para correr usando uma pulseira e estamos ligados a uma comunidade que também corre. Estamos jogando um game sozinhos, mas em contato com outras pessoas ao redor do mundo que dividem um mesmo interesse. Isso era inimaginável antes.

O uso destes dispositivos têm aumentado o tempo de lazer?
Dados do governo da Espanha mostram que os jovens de hoje saem menos do que antes, na comparação com outras décadas. Eles também se drogam menos. Mas, por outro lado, é a primeira vez que se identificam tantas pessoas que nunca saem. Muita gente vive o lazer por meio da tecnologia e não precisa sair. Isso gera o risco de solidão.

Quais são as tendências atuais de lazer?
Há diferentes movimentos, e todas têm relação com mudanças sociais, como o envelhecimento e a imigração. O lazer pode ajudar os idosos a se sentirem menos sós e mais integrados com a comunidade. Para os imigrantes, tem um papel fundamental. É pelo lazer que eles se integram a uma nova sociedade.

As pessoas também estão tirando férias mais curtas. Essa pausa já não dura um mês inteiro. Porém, se viaja muito mais, pois há passagens mais baratas. E novos modelos de negócio colaborativo [como o Airbnb] também ajudam a fazer com que mais gente tenha acesso ao turismo.

Algumas tendências também surgem como contraposição. Como resposta à tecnologia, ao tempo acelerado, ganham força movimentos como o “slow food” e a volta ao artesanal.

Há atividades de lazer que perderam interesse?
Não creio que as atividades desapareçam, mas que se passa a fazê-las de outra maneira. Uma das tendências é que as pessoas leiam menos. Só que elas consomem menos livros, mas mais textos curtos. Os jogos de mesa perderam território, porém ganham relevância os games no celular. Antes íamos muito ver filmes no cinema e agora temos uma geração Netflix. As formas mudam, mas as atividades seguem parecidas.

 

Serviço: 15º Congresso Mundial de Lazer.  Sesc Pinheiros. R. Paes Leme, 195. Pinheiros. São Paulo, SP. De 28/8 a 1/9. Inscrições esgotadas.

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Greve de táxis na Espanha lembra que confronto com Uber não acabou https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/07/31/greve-de-taxis-na-espanha-lembra-que-confronto-com-uber-nao-acabou/ https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/07/31/greve-de-taxis-na-espanha-lembra-que-confronto-com-uber-nao-acabou/#respond Tue, 31 Jul 2018 10:31:25 +0000 https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/AP18211638100388-150x150.jpg https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/?p=558 Desde sexta-feira (27), taxistas fazem greve por tempo indeterminado nas principais cidades da Espanha. Ruas importantes foram bloqueadas pelos carros. De segunda para terça-feira (31), 1.500 motoristas passaram a quarta noite seguida dormindo nos veículos ou acampados em tendas no asfalto de Barcelona, segundo agências de notícias.

É mais um capítulo do conflito entre taxistas e motoristas de aplicativos que se desenrola pelo mundo ao longo desta década.

A greve começou na sexta-feira (27) em Barcelona, depois que a Justiça barrou um projeto do governo local que apertava as regras para os motoristas de aplicativos como Uber e Cabify, chamados no país de VTC (Veículos de Aluguel com Condutor). A expectativa era reduzir o número de VTCs na região de Barcelona de 1.300 a 400.

Em protesto ao veto, os taxistas deixaram de atender passageiros e bloquearam parte do centro da capital catalã. A greve, por tempo indeterminado, pede que o governo crie formas para garantir o cumprimento da lei federal que permite apenas uma licença VTC para cada 30 de táxi. Eles reclamam que essa proporção não é respeitada.

Com normas rígidas, a Espanha tem relativamente poucos carros de aplicativos: estima-se que há cerca de 9.000 licenças VTC e aproximadamente 65 mil taxistas. No Brasil, só a Uber diz ter mais de 500 mil motoristas cadastrados.

Táxis bloqueiam Paseo de la Castellana, em Madri, na segunda-feira (30) (Francisco Seco/AP)

No sábado (28), taxistas de Madri aderiram ào movimento e fizeram caravanas e bloqueios, que lembram as ações da greve dos caminhoneiros no Brasil.

Nos dias seguintes, a paralisação se espalhou para várias outras cidades, como Valência, Sevilha e Santiago de Compostela. A ação ocorre em pleno verão europeu, quando o país recebe muitos turistas.

O governo espanhol se reuniu com representantes dos taxistas na segunda-feira (30), mas não houve acordo. Outro encontro está previsto para esta terça-feira (31).

Representantes dos aplicativos argumentam que os taxistas querem garantir um monopólio. A prefeita de Barcelona, Ada Colau, acusa os motoristas de apps de atuar como táxis sem pagar os impostos adequados. “Eles têm se aproveitado de brechas legais para ter lucros astronômicos a custa de direitos dos cidadãos”, acusou.

Protesto bloqueia Gran Via, em Barcelona (Manu Fernandez/AP)

Confrontos entre aplicativos, taxistas e prefeituras ocorrem há mais de cinco anos em várias partes do mundo. Ainda há dúvidas sobre o quanto o governo deve interferir no setor. A criação de leis para regular o tema não foi suficiente, pois elas seguem sendo questionadas sob acusação de favorecer ou prejudicar a um dos lados.

No Brasil, o transporte via aplicativos foi regulamentado por uma lei federal em março deste ano, que repassou aos municípios a tarefa de definir as regras e fiscalizar o serviço. Assim, cada cidade pode criar suas próprias leis. No entanto, normas muito restritivas podem ir parar na Justiça, e, com isso, este mercado segue com uma sombra de incerteza, que ainda deve levar alguns anos para ser dissipada.

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Cidade usa ‘lixeiras’ para arrecadar roupas usadas na Espanha https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/07/25/cidade-tem-cestos-nas-ruas-para-receber-roupas-usadas-durante-o-ano-todo/ https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/07/25/cidade-tem-cestos-nas-ruas-para-receber-roupas-usadas-durante-o-ano-todo/#respond Wed, 25 Jul 2018 12:45:28 +0000 https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/IMG_0555-e1532505804472-150x150.jpg https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/?p=537 Recipientes para a entrega de roupas usadas, semelhantes às utilizadas na Campanha do Agasalho, poderiam ficar disponíveis nas ruas o ano todo. É assim nas ruas de Corunha, na Espanha: contêineres brancos nas calçadas recebem camisas, calças, vestidos, sapatos e outros itens de janeiro a janeiro.

Com 240 mil habitantes, a cidade galega tem mais de cem contêineres, que foram instalados a partir de 2016 por meio de uma parceria entre o governo local e a instituição social Padre Rubinos. Eles ficam próximos a mercados, escolas, praças e outros lugares com bastante circulação.

Podem ser entregues roupas, calçados, toalhas, cobertores, lençóis e fronhas. Se a quantidade a ser doada for grande, o programa recolhe esses materiais em casa.

As doações são encaminhadas para uma entidade que ajuda pessoas pobres. As peças  recolhidas em boas condições são direcionadas para moradores de albergues e famílias sem recursos.

Parte dos itens são recortados e utilizados para fazer bolsas e outros acessórios. Depois, estes produtos são vendidos em bazares, para arrecadar fundos que serão usados em outras ações sociais.

Já os materiais em mau estado são repassados para uma ONG que trabalha com reciclagem de tecidos. O dinheiro obtido neste processo é usado para pagar os salários dos funcionários. A equipe é formada por pessoas que enfrentavam outras dificuldades para encontrar trabalho, como ex-moradores de rua.

Prefeitura de Corunha recolhe roupas em domicílio (Rafael Balago/Folhapress)

Além da função social, o programa de recolhimento ajuda a reduzir a geração de lixo na cidade ao facilitar a destinação correta destes materiais.

Em São Paulo, a prefeitura da capital e o Sinditêxtil, que reúne fabricantes de tecidos, anunciaram em 2015 o projeto Retalho Fashion, para recolher e reciclar parte das 20 toneladas de restos gerados pelas confecções do Brás e do Bom Retiro. O sindicato não respondeu aos questionamentos deste blog sobre o andamento do projeto.

No Brasil, é comum levar roupas usadas para igrejas e entidades sociais ou entregá-las para pessoas e grupos que pedem de porta em porta. Ter um canal unificado de entrega, ou ao menos cestas perto de casa, poderia ajudar a ampliar a arrecadação e evitar que vestimentas e calçados acabem nos aterros. Disposição para doar existe: a Campanha do Agasalho de São Paulo arrecadou 8 milhões de peças na ação do ano passado.

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Excesso de lotação em discotecas dará multa de até R$ 2,7 milhões na Espanha https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/07/11/excesso-de-lotacao-em-discotecas-dara-multa-de-ate-r-27-milhoes-na-espanha/ https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/07/11/excesso-de-lotacao-em-discotecas-dara-multa-de-ate-r-27-milhoes-na-espanha/#respond Wed, 11 Jul 2018 15:01:55 +0000 https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/25488095_1632555730121378_8775694334669966898_o-150x150.jpg http://avenidas.blogfolha.uol.com.br/?p=480 Na Galícia, se uma pista de dança estiver com mais gente do que sua capacidade permite, poderá ser multada em até 600 mil € (cerca de R$ 2,7 milhões) e impedida de operar por três anos.

A região no norte da Espanha, que soma quatro províncias, criou uma lei que estabelece regras rígidas para a realização de festas e eventos. O novo regulamento entrou em vigor no início de julho e pretende aumentar a segurança e evitar tragédias, como a que aconteceu na boate Kiss, no Brasil, que deixou 242 mortos em 2013.

A norma vale para casas de shows, discotecas e outros espaços de lazer. A nova lei também reforça a fiscalização sobre apresentações de música ao vivo em bares.

Este ponto gerou controvérsia, pois a interpretação inicial era de que os bares precisariam ter uma licença de casa de shows para receber apresentações, o que inclui atender a mais exigências.

Com medo de serem punidos, estabelecimentos de Santiago de Compostela deixaram de receber apresentações. Além de ser um destino religioso, a cidade abriga muitos estudantes e tem uma noite agitada.

No fim de junho, um representante do governo local, a Xunta de Galícia, disse que os shows seguem permitidos em todos os bares, desde que sigam as regras criadas por cada prefeitura. 

Outras medidas em vigor são a proibição da revenda de ingressos, para evitar que a ação de cambistas eleve o custo das entradas, multas para artistas que faltem ao show sem dar justificativa, e horários máximos de fechamento. Os bares devem baixar as portas até 2h30 e as discotecas, até 5h30.

Como em toda lei, há o temor de que o excesso de regras possa reduzir as atrações culturais ou que as normas simplesmente não sejam cumpridas devido à dificuldade de fiscalizar. Além da questão da segurança, regulações sobre as atividades de lazer também são bem-vindas pelos vizinhos, que poderão ter mais tranquilidade para dormir.

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Agentes seguem motoristas suspensos para evitar que voltem a dirigir https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/07/02/agentes-seguem-motoristas-suspensos-para-evitar-que-voltem-a-dirigir/ https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/07/02/agentes-seguem-motoristas-suspensos-para-evitar-que-voltem-a-dirigir/#respond Mon, 02 Jul 2018 13:23:42 +0000 https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/IMG_4463-150x150.jpg http://avenidas.blogfolha.uol.com.br/?p=422 Motoristas com habilitação suspensa depois de estourar o limite de multas nem sempre deixam de dirigir. Uma tática comum é sair com o carro em nome de outra pessoa da família, por exemplo.

Para tirar estes condutores das ruas e, assim, aumentar a segurança das vias, o departamento de trânsito de Ferrol, cidade no norte da Espanha, passou a seguí-los de perto. As autoridades levantam informações sobre os trajetos mais habituais, como casa e trabalho, e passam a vigiar essas rotas, à espera de que o infrator passe por ali.

Quando o flagra acontece, os agentes aplicam novas sanções, que podem incluir a perda definitiva da habilitação.

Segundo o jornal La Voz de Galicia, a prática é feita há cerca de um ano e tem como foco pessoas que já foram autuadas quatro ou cinco vezes por infrações graves, principalmente a de dirigir sob efeito de álcool.

Um pequeno número de condutores imprudentes pode gerar muitos problemas. Em São Paulo, segundo balanço da prefeitura, 5,5% dos veículos da cidade foram responsáveis por 60% das multas entre janeiro e outubro de 2017. E apenas 30% dos automóveis foram punidos no ano passado.

A gestão local também aponta que 26% do total de motoristas autuados reincidiram e levaram mais de três multas em 2017.

Cidadãos que desprezam as leis de trânsito colocam outras pessoas em risco. Novas tecnologias, como sensores que fazem leitura de placas, poderão ajudar a dissuadir condutores suspensos a pegar o volante.

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Semáforo que ‘fala’ e outras 4 ideias para melhorar cruzamentos https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/06/07/semaforo-que-apita-e-outras-ideias-para-melhorar-cruzamentos/ https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/06/07/semaforo-que-apita-e-outras-ideias-para-melhorar-cruzamentos/#respond Thu, 07 Jun 2018 11:27:31 +0000 https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/files/2018/06/semaforo-150x150.png http://avenidas.blogfolha.uol.com.br/?p=349 Pequenas mudanças nas regras de trânsito e nas configurações dos semáforos podem ajudar o trânsito a fluir melhor e também a torná-lo mais seguro.  A seguir, cinco exemplos adotados em cruzamentos pelo mundo.

1. Semáforo que apita quando abre
Um som avisa aos pedestres que eles podem atravessar. Pensado inicialmente para cegos, ajuda também as pessoas que se distraem olhando o celular enquanto esperam sua vez. O alerta pode ser um simples apito ou uma gravação, que diz o nome da rua que está livre para quem caminha.

2. Farol de largada
Antes do verde acender, o amarelo dá uma piscada. Serve como alerta para os motoristas darem a partida. Usado em países como Inglaterra e Argentina.

3. Conversão livre à direita
Se o cruzamento está fechado, é permitido virar à direita, desde que a manobra possa ser feita com segurança e que os pedestres já tenham atravessado a rua. Adotado nos Estados Unidos.

Semáforo menor para motoristas, usado na Espanha (Rafael Balago/Folhapress)

4. Sinal menor, na altura dos olhos dos motoristas
Quando o carro está muito perto do semáforo (ou embaixo dele), fica difícil ver se ele está verde ou vermelho. Na Espanha, há um segundo farol, menor, que fica na altura dos olhos dos motoristas. Outra saída: colocar o semáforo na esquina seguinte ao da linha de parada, quando possível.

5. Amarelo piscante em faixas de pedestre
Neste modelo, o semáforo fica vermelho para os carros por alguns segundos e depois passa ao amarelo piscante por cerca de um minuto. Nesse tempo, os pedestres têm prioridade, mas se não houver ninguém querendo passar, os veículos podem seguir viagem sem precisar esperar o verde. Útil para faixas de pedestre com pouco movimento. Usado na Espanha.

 

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Bilbao fará corrida nos túneis do metrô https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/03/21/bilbao-fara-corrida-nos-tuneis-do-metro/ https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/2018/03/21/bilbao-fara-corrida-nos-tuneis-do-metro/#respond Wed, 21 Mar 2018 13:52:26 +0000 https://avenidas.blogfolha.uol.com.br/files/2018/03/Corrida-Bilbao-150x150.jpg http://avenidas.blogfolha.uol.com.br/?p=74 Depois que o metrô de Bilbao encerrar os serviços na noite de domingo (25), 200 pessoas sairão correndo pelos túneis para disputar uma prova de atletismo.

A cidade do País Vasco, na Espanha, realiza a primeira edição da Underrun Metro Bilbao. A corrida terá 7,8 km, entre as estações Moyua e Ansio. Os atletas darão suas passadas em meio aos trilhos.

A largada está marcada para 1h de segunda-feira (26).  Os competidores sairão em grupos guiados de 20 pessoas. No final, voltarão de trem.

“As pessoas pensam que será tudo reto, mas há algumas subidas e descidas”, disse a atleta Iraia Garcia, que testou o circuito, em entrevista a uma rádio local.

As inscrições foram preenchidas por sorteio. Os interessados tiveram de enviar um vídeo explicando por que queriam participar e pagar taxa de 25 € (cerca de R$ 100).

Sediar eventos como esse é uma fonte de renda para os metrôs. O dinheiro reforça o orçamento geral e, com isso, ajuda a manter as tarifas um pouco mais baixas.

Algumas das estações de Bilbao têm arquitetura muito parecida com as da linha 4-amarela, de São Paulo. A extensão dos dois metrôs também é próxima. A cidade espanhola tem 49 km de trilhos e 345 mil habitantes. Já o sistema paulistano tem 71,5 km de linhas, para 12,1 milhões de moradores.

Corridas de grande porte ajudam a trazer turistas e a tornar as cidades mais conhecidas. A última edição da São Silvestre atraiu 30 mil atletas de 40 países diferentes. São Paulo tem um amplo calendário de eventos do tipo, mas ainda há inúmeras possibilidades de percurso que poderiam ser criadas, como sugere o exemplo de Bilbao.

Sugestões? Dúvidas? Escreva para avenidasb@gmail.com.

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