Teste: Bike elétrica da Lev torna subidas leves e chega a 43 km/h; aluguel custa R$ 299

Andar de bicicleta e se deparar com uma subida quase sempre traz a dúvida: terei fôlego para pedalar ou é melhor empurrar e seguir a pé? 

Em uma bike elétrica, esta questão acaba. Basta seguir normalmente e vencer a ladeira sem esforço. Se precisar de ajuda, há um motor ali para ajudar.

Testei uma bicicleta elétrica, da empresa Lev, durante alguns dias. A experiência começou em uma sexta-feira no fim da tarde. Saí da loja, em Pinheiros, e fui me entendendo com o veículo ao longo das ciclovias da rua Arthur de Azevedo e da avenida Sumaré.

O modelo que testei roda de três modos diferentes: 1: bike normal –sem ajuda alguma; 2: com pedal assistido (o motor dá uma ajuda a cada pedalada, o que exige permite rodar mais fazendo menos força) ou 3: modo autônomo, sem pedalar nada. A primeira questão, que demorei algum tempo para me adaptar, é decidir quando usar cada um dos modos. 

O modo autônomo lembra uma patinete elétrica: basta girar o manete para baixo e ir. Porém, a bike é muito mais estável: não é preciso se preocupar com pequenos buracos ou com a qualidade do asfalto. E estar sentado, e não em pé, é bem mais confortável.

Bike elétrica da Lev (Rafael Balago/Folhapress)

No início, pedalar parece desnecessário, e sigo alguns quilômetros apenas acelerando. O motor é potente e mostra sua força nas aberturas de semáforo: consigo sair à frente dos carros com grande facilidade. Enquanto eles engatam a primeira marcha, já estou longe.

O motor manda bem também nas subidas: encaro uma delas em meio aos carros, a menos de 10 km/h, e passo mais tempo freando do que acelerando, pois há bastante trânsito. 

A assistência ao pedal tem quatro níveis diferentes, trocados por um botão. Há, ainda, um botão “cruise”: basta apertá-lo e a bicicleta mantém a velocidade atual, mesmo sem pedalar, até que os freios sejam acionados.

Cada carga da bateria rende em torno de 30 km no modo autônomo, e bem mais que isso no modo de pedal assistido. Para carregar, é possível tirar a bateria da bicicleta. O abastecimento completo leva em torno de seis horas, e é feito na tomada. Um indicador na bateria mostra o quanto falta para encher. 

No domingo de manhã, com as ruas vazias, há espaço para testar todo o potencial da bike. Em uma descida, na ponte Júlio de Mesquita Neto, chego a 43 km/h, segundo o aplicativo Strava. Passo depois pelo Minhocão, subo a rua da Consolação e desço até o parque Ibirapuera com tranquilidade. Os freios a disco dão ótimo controle, mesmo em descidas bem inclinadas.

Aos poucos, volto a querer pedalar o tempo todo, mas crio o hábito de apenas pressionar o botão para dar a partida. Se começar pedalando, leva alguns segundos para a assistência ser acionada e dar aquela força. No botão, a reação é instantânea e o veículo dispara. 

A robustez e o peso maior da bike, na comparação com um modelo normal, ajudam muito a dar estabilidade, mas complicam na hora de carregá-la na mão. Descer uma escada fixa do metrô foi difícil, por não ter bem como segurá-la. Houve também outro pequeno problema: o painel, que indica em qual dos quatro níveis de assistência está sendo usado, tem luzes fracas e fica praticamente invisível sob o sol.

Embora seja possível usá-la em meio aos automóveis, a melhor experiência ocorre nas ciclovias ou em ruas de menor tráfego. Adotá-la como um meio de transporte agradável passa por encontrar uma boa rota diária que dê espaço para acelerar, mesmo que seja ladeira acima.

O modelo que usei pode ser alugado na Lev por R$ 349 mensais. No plano trimestral, cada mês de empréstimo custa R$ 299. Caso a pessoa decida comprar a bicicleta após três meses, o valor pago pelos aluguéis se torna um desconto. O preço cheio para tê-la de vez é de R$ 6.590, com garantia de um ano para o quadro e o motor.

Pontos fortes:

  • É fácil percorrer distâncias de mais de 10 quilômetros sem se cansar
  • Bateria aguenta vários dias de uso moderado
  • Possui um assento para levar um passageiro e uma cesta que comporta uma mochila média
  • Veículo é robusto e lida bem com buracos e problemas do asfalto
  • Aluguel mensal tem valor próximo ao do uso diário do transporte público
  • Lojas oferecem seguro e manutenção
  • Atendentes simpáticos e ágeis

Pontos fracos:

  • Peso da bike dificulta levá-la em escadas fixas
  • Indicadores do painel não ficam plenamente visíveis sob o sol
  • Preço elevado para compra, na comparação com uma bike regular